Uma espécie de “pedalada fiscal” do governo de Donald Trump, que envolve a monetização das reservas de ouro do país, poderá financiar a criação de uma reserva de Bitcoins (BTCUSD), avaliam os analistas da Presto Research.
À medida que o metal (GOLD) atinge novos recordes e supera a criptomoeda para se tornar o ativo de melhor desempenho do ano até agora, um cenário que está ganhando atenção é a possível reavaliação das participações do Tesouro dos EUA.
“A especulação em torno dessa ideia cresceu depois que o secretário, Scott Bessent, mencionou planos para ‘monetizar o lado dos ativos do balanço patrimonial dos EUA’ nos próximos 12 meses”, ressaltam Peter Chung e Min Jung em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (18) e obtido pelo Dinheirama.
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Por meio século, os EUA mantiveram o preço estatutário inalterado, cautelosos em minar a confiança no dólar.
A editora do Financial Times, Gillian Tett, sugeriu que a mudança pode levar o preço de US$ 42 por onça – marcado à taxa estatutária – para seu preço de mercado de US$ 2.900 por onça. O Goldman Sachs projeta que o metal termine 2025 a US$ 3.100.
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Tett cita um denso memorando escrito no ano passado por Stephen Miran, que lidera o Conselho de Assessores Econômicos de Trump, “que é a explicação mais ponderada da economia financeira trumpiana que já vi (ecoando ideias amplamente endossadas por Bessent, entre outros)”.
Em seu texto, Miran ressalta que, o Gold Reserve Act autoriza o secretário a vender o metal de uma forma que “considere mais vantajosa para o interesse público”, fornecendo fundos potenciais adicionais para a construção de reservas cambiais. No entanto, ele é legalmente obrigado a usar os rendimentos de tais vendas “com o único propósito de reduzir a dívida nacional”.
Do ouro ao Bitcoin
Ou seja, visando enfraquecer o dólar e tonar os EUA mais competitivo, o País poderia usar os recursos da venda para comprar moedas internacionais. Isso, contudo, pode ter implicações políticas ao fortalecer a internacionalização do yuan ou de “uma moeda dos BRICS”. Contudo, essa estratégia beneficiaria provavelmente a ideia da criação de ativos de reserva em criptomoedas, diz Miran.
“Dado o foco do governo Trump em revisar relíquias de uma ordem econômica passada, a reavaliação pode estar na mesa. A ideia ganha mais força como uma fonte potencial de financiamento para iniciativas como um fundo soberano ou uma reserva de Bitcoin”, opinam Chung e Jung, da Presto.
Segundo eles, prever o impacto é complicado. “Alguns argumentam que não haverá nenhum, pois é apenas uma mudança contábil. Embora seja verdade, a reavaliação expande o balanço do Federal Reserve, agindo efetivamente como QE — e todos nós sabemos o que isso significa para os preços dos ativos”, concluem.