A Petrobras (PETR4) assinou contrato com a Unigel de industrialização por encomenda para produção de fertilizantes nas fábricas de Sergipe e da Bahia, informou a petroleira em comunicado ao mercado nesta sexta-feira.
O acordo é resultado de parceria entre a petroleira e a Unigel divulgada em junho deste ano, para analisar negócios conjuntos nas áreas de fertilizantes, hidrogênio verde e projetos de baixo carbono.
“Os estudos para produção de projetos de baixo carbono continuarão em andamento”, acrescentou a empresa nesta sexta-feira.
A companhia, entretanto, não ofereceu detalhes sobre o novo contrato assinado.
O CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, havia adiantado em novembro que um acordo de industrialização por encomenda, ou o chamado tolling, poderia ser uma solução de curto prazo para problemas de rentabilidade enfretados pelas fábricas de fertilizantes nitrogenados arrendadas na Bahia e em Sergipe para a Unigel.
Na ocasião, executivos da companhia afirmaram que a Unigel deveria permanecer como arrendatária, mas atuaria como uma prestadora de serviços. Dessa forma, a Petrobras entregaria o gás para a operação, e a ureia produzida seria da petroleira.
Procurada nesta sexta-feira para o fornecimento de mais detalhes sobre o acordo fechado, a petroleira não respondeu imediatamente.
Para o longo prazo, entretanto, outras soluções estavam em estudo, como a incorporação das duas plantas de volta pela Petrobras, assim como a possibilidade de criação de uma joint venture entre Petrobras e Unigel, e até mesmo a atração de um terceiro parceiro para o negócio.
Recentemente, a Unigel chegou a colocar centenas de funcionários em aviso prévio na unidade da Bahia, que está paralisada, alegando que o custo do gás não justificava a operação da planta, mas voltou atrás apontando que estava em tratativas com a Petrobras para uma solução.
A produção de fertilizantes no Brasil tem sido uma bandeira do governo federal, que quer garantir segurança no suprimento do país, grande produtor agrícola que importa a maior parte de suas necessidades.
Mas a atual gestão da companhia também defende que a fabricação de fertilizantes é estratégica para a Petrobras, especialmente diante das iniciativas para transição energética, uma vez que, por meio dessa abordagem, poderão ser desenvolvidos novos produtos, como a amônia verde.