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Petrobras: balanço do 2º trimestre pode ter sido o último “ileso”

Analistas veem sinais já aparentes de uma Petrobras mais voltada ao refino, investimentos, e controle de preços de combustíveis

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Petrobras 66

O resultado da Petrobras (PETR3; PETR4) no segundo trimestre de 2023 veio praticamente em linha com o esperado pelo consenso do mercado.

Em reais, o lucro líquido ficou em R$ 28,782 bilhões, uma queda de 47% na comparação com um ano antes, mas 2,8% acima das expectativas. Em dólar, o resultado chegou a US$ 5,859 bi e ficou 16% acima das projeções.

O lucro operacional medido pelo Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização), contudo, foi a US$ 58 bilhões depois de uma queda de 22% na comparação com o primeiro trimestre influenciado por preços menores do petróleo e queda nas margens de refino.

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“Avaliamos os resultados da Petrobras como neutros – apesar de um resultado operacional ainda razoável, acreditamos que os números desse trimestre deve ser observados com maior detalhamento tendo em vista a nova orientação comercial da empresa”, avalia Vitor Sousa, da Genial Investimentos.

Dividendos até quando?

Ainda assim, o fluxo de caixa livre (FCL) menos o investimento ficou acima do esperado, o que resultou em pagamentos de dividendos maiores.

A XP Investimentos ressalta que o FCL veio em US$ 6,5 bilhões, o que corresponde a 30% em uma base anual, mas quando se excluem as vendas de ativos, ele ficou em aproximadamente 23%. O problema está no que vem pela frente.

“Ainda vemos um sólido FCL e dividend yield para a empresa nos próximos trimestres, apoiando nossa recomendação de compra no nome. No entanto, vários riscos permanecem para o caso de investimento, sem mencionar o FCL mais baixo à frente, devido a mais investimentos e vendas de ativos quase zero”, explicam André Vidal e Helena Kelm.

Refinando as margens

O foco dos analistas estava nas margens de refino após um trimestre de preços domésticos caindo abaixo do preço de paridade internacional.

Mas, apesar do Ebitda de refino mais fraco de US$ 1,6 bilhão (-33% na comparação trimestral), as margens de 8% ficaram acima das expectativas do BTG Pactual, refletindo spreads que não foram tão ruins quanto se temia e perdas de estoque abaixo do esperado.

A XP Investimentos lembra que o efeito do giro de estoques foi menos pronunciado devido à menor variação dos preços do petróleo (-US$ 0,5 bilhão contra – US$ 1,1 bilhão no primeiro trimeste).

Excluindo tal efeito, entretanto, a margem Ebitda do segmento ficou em 10% (US$ 2 bilhões), contra 15% (US$ 3,6 bilhões).

“Esta notícia positiva é atenuada pelo fato de que uma maior participação do diesel russo no mercado provavelmente ajudou a Petrobras a evitar perdas de importação, o que provavelmente teria sido necessário se os preços não tivessem aumentado”, ponderam Pedro Soares e Thiago Duarte, do BTG.

Segundo eles, com os riscos relacionados ao preço do combustível nas próximas semanas, pode haver um ponto de entrada melhor para as ações à frente. Sousa, da Genial, pontua ainda que há outras alternativas na Bolsa de empresas privadas que negociam a múltiplos em linha com a Petrobras, mas com teses de investimentos menos arriscadas. Ele recomenda a venda dos papéis da estatal.

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