Os ativos da Petrobras (PETR4) recuaram 5,19%, a R$ 29,39, nesta quinta-feira (27) com os investidores confusos sobre os rumos da petroleira. A estatal disse ontem que bateu novo recorde trimestral de produção na bacia do pré-sal, de abril a junho, chegando a 2,06 milhões de barris de óleo equivalente por dia.
Mas o que chamou a atenção foram os efeitos da nova estratégia de preços de combustível da empresa, com a taxa de utilização de refinarias disparando para o maior nível desde o 3º trimestre de 2015 e maiores importações de diesel e gasolina.
“Com a visibilidade da rentabilidade atual do negócio de refino ainda baixa, acreditamos que as margens do segmento serão um dos principais focos do mercado, possivelmente proporcionando uma melhor avaliação das intenções da administração em relação ao crescimento de market share”, apontam os analistas do BTG Pactual, Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima.
Eles admitem que estavam menos pessimistas em relação à Petrobras nos últimos meses, mas agora veem que as vantagens potenciais não parecem mais tão claras quanto antes.
“Recomendamos que os investidores esperem até que haja mais clareza sobre a alocação de capital da empresa. A Petrobras continua sendo uma ação motivada pelo sentimento, oferecendo oportunidades de negociação quando o mercado oscila. Por enquanto, ficaríamos à margem”, explicam. O BTG ressalta, contudo, que um petróleo mais alto pode resultar em um maior pagamento de dividendos.
Para a Ágora Investimentos, o aumento da taxa de utilização das refinarias da Petrobras ainda não resultou em vendas significativamente maiores da empresa, mas pode indicar que a ela está tomando as medidas necessárias para aumentar sua participação de mercado nas vendas domésticas de combustíveis.
O Santander avalia que os resultados do segmento de Refino, Transporte e Comercialização (RTM, na sigla em inglês) ainda sejam suportados por “crack spreads”, ou seja com margens boas, mesmo com preços de combustível abaixo da paridade de importação, enquanto a rentabilidade em exploração e produção (E&P) continua a ser suportada pelo crescimento da produção do pré-sal.
A Petrobras irá definir amanhã (28) a sua nova política de pagamento de dividendos.
