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Petrobras deixa três pontas soltas em nova política de dividendos

As mudanças na nova política de dividendos da Petrobras deixam uma ampla gama de resultados possíveis, apontam analistas

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Risco

A Petrobras (PETR3; PETR4) lançou a sua muito esperada nova política de dividendos na última sexta-feira (28) à noite com mudanças objetivas, como a mudança do cálculo do valor a ser pago – que passou de 60% para 45% do fluxo de caixa livre -, e mudanças subjetivas, como a própria definição sobre o que é “fluxo de caixa livre”.

“Embora as atualizações transmitam uma alocação racional de capital, elas também deixam uma ampla gama de resultados possíveis”, explicam os analistas do BTG Pactual, Pedro Soares e Thiago Duarte, em um relatório enviado a clientes neste domingo.

1 – Fluxo de caixa livre

A estatal deixou claro que, agora, o fluxo de caixa livre não é mais apenas a diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos. É agora o resultado disso descontado o valor que poderá ser gasto com aquisições de empresas, o que pode diminuir a parte que sobra aos acionistas.

“A inclusão de fusões e aquisições no cálculo diminuirá a capacidade do mercado de avaliar adequadamente os níveis de investimento da empresa no curto prazo em meio às discussões sobre o retorno aos setores petroquímico e de distribuição de combustíveis”, ressaltam Soares e Duarte.

O mercado tem especulado sobre a compra de uma distribuidora, como a Vibra (VBBR3), e/ou de uma petroquímica, a Braskem (BRKM5).

2 – Dívida bruta

Uma trava para a distribuição de dividendos, anteriormente, era a dívida bruta estabelecida no plano estratégico em vigor, que atualmente é de US$ 65 bilhões. Agora, a Petrobras deixou claro que pode mudar esta referência de endividamento, ou seja, de um valor para a dívida bruta para qualquer outra sem a necessidade de uma atualização da política de dividendos.

“Substituir o nível de dívida bruta de US$ 65 bilhões para remuneração dos acionistas por um valor ainda a ser definido (por meio do Plano Estratégico da empresa) permite que mais recursos sejam alocados para crescimento do que para dividendos”, alerta o BTG.

3 – Recompras

A recompra de ações, que já era possível no estatuto social, agora também fará parte do cálculo do valor distribuído em dividendos. Ou seja, o valor gasto com esta modalidade será abatido do pago aos acionistas. O objetivo, explica a estatal, é alinhar a sua política aos “principais pares internacionais, que vêm realizando robustos programas de recompra”.

O BTG lembra, contudo, que outras grandes do petróleo internacional se valem deste recurso para fugir dos impostos cobrados no pagamento de dividendos que, no Brasil, (ainda) são isentos.

“Além disso, a Petrobras tem duas classes de ações e a incerteza sobre se a recompra de ações com direito a voto (PBR/PETR3) pode ser priorizada em relação às ações preferenciais (PBRa/PETR4) pode diminuir o apelo do programa, uma vez que esperamos uma resposta negativa do mercado a qualquer aumento nas participações do governo na empresa”, pontua o BTG.

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