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Petrobras: Lula pressiona por corte de 7% nos preços da gasolina

Ainda que haja espaço para cortes em relação ao preço internacional, o movimento preocupa na forma e timming, dizem analistas

por Gustavo Kahil
3 min leitura
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, na inauguração do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ)

O governo Lula voltou a interferir na Petrobras (PETR3; PETR4) com uma pressão pelo corte nos preços dos combustíveis por motivos macroeconômicos, como o controle da inflação, e não por uma decisão estratégia da empresa.

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As ações operam em queda de 2% nesta quarta-feira (18).

Segundo o Valor Econômico, a decisão já teria sido tomada, e a discussão envolve uma queda da gasolina entre 5% e 7%, e do diesel, de 7% a 10%.

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“Ainda que as grandes fontes brasileiras (Abicom e CBIE, por exemplo) apontem para a existência de um espaço para que tal movimento seja feito, nos preocupa a forma e o timming”, avalia a Ativa Research em uma nota enviada após a notícia.

Segundo a corretora, qualquer movimento deste tipo deveria ser feito visando apenas os fundamentos da companhia e não como uma resposta a eventuais decisões macroeconômicas, que, por sinal, ainda nem foram concretizadas.

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“Acreditamos que a vinculação dos eventos contribua para que a companhia siga negociada com forte desconto perante os pares internacionais”, aponta a Ativa. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 44.

Corte não seria injustificado

Para o BTG Pactual, que indica a compra das ações da estatal, o ajuste não seria injustificado.

“Na verdade, os preços da Petrobras têm estado acima da paridade de importação (IPP) nas últimas 3 semanas, com base em nossas estimativas”, avaliam os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte.

Segundo eles, os preços da gasolina e do diesel estão atualmente 1% e 8% acima do IPP.

Observando a média móvel dos últimos 12 meses, a empresa tem operado consistentemente dentro desta faixa para gasolina e diesel.

“Então, embora se possa argumentar que há espaço para melhorias na estratégia comercial da Petrobras, não acreditamos que a política de preços tenha resultado em perdas financeiras (talvez algumas oportunidades perdidas?), e tem sido eficaz em atingir o objetivo mais amplo de reduzir a volatilidade dos preços no país”, ressaltam.

Impacto sobre as distribuidoras

Para o BTG, embora um corte de preço possa levar a algumas perdas de estoque de curto prazo, isso reforça a visão de que distribuidores menores enfrentam desafios crescentes de originação

“Neste cenário competitivo, onde as janelas de importação estão abrindo e fechando com frequência e a visibilidade do ajuste de preço é baixa, torna-se difícil para os participantes menores com menos experiência em negociação e preços executar uma estratégia comercial eficaz”, ressaltam.

Ou seja, enquanto essa dinâmica persistir, a proposta de valor para seus revendedores aumentará, permitindo que eles mantenham margens em níveis mais altos. A questão que permanece é se os três principais players, Vibra (VBBR3), Ipiranga da Ultrapar (UGPA3) e Raízen (RAIZ4) irão se estabilizar, ou recuperar participação de mercado, após 12 meses desafiadores.

“Achamos que isso é provável”, concluem os analistas.

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