Apesar de a decisão da Petrobras (PETR3; PETR4) de retomar a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) já constar no planejamento estratégico da estatal – agora movida para a fase de implementação – o BTG Pactual vê desafios para a empresa no setor de fertilizantes, mostra um relatório enviado a clientes neste domingo (27).
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A reativação da fábrica ANSA, no Paraná, e os resultados limitados do setor alimentam o ceticismo de investidores quanto ao retorno esperado. No entanto, os analistas apontam que, mesmo com os R$ 3,5 bilhões investidos entre 2025 e 2028, o impacto sobre a capitalização de mercado da Petrobras seria relativamente pequeno, em torno de 0,2% ao ano, e com impacto mínimo sobre os dividendos, de apenas 10 pontos-base anuais.
O projeto, parado desde 2015, tem a previsão de operar em 2028 e terá capacidade para produzir 3,6 mil toneladas diárias de ureia e 2,2 mil toneladas de amônia.
Os analistas Pedro Soares, Henrique Pérez e Thiago Duarte ressaltam que o investimento na UFN-III ainda passará por etapas de governança antes de um compromisso financeiro integral, e a Petrobras irá reavaliar as condições de mercado e os custos associados ao projeto antes de liberar o orçamento final. Esse processo segue o modelo de aprovação de investimentos da companhia, que exige compatibilidade com cenários econômicos de estresse.
Ações da Petrobras
O BTG mantém uma visão otimista sobre a Petrobras, reiterando a recomendação de compra, fundamentada principalmente no forte desempenho da companhia em exploração e produção (E&P).
Segundo o banco, os altos retornos reais, superiores a 20%, permanecem concentrados no setor de E&P, onde a Petrobras tem vantagens competitivas e histórico de sucesso. O setor de fertilizantes, por outro lado, ainda não demonstra o mesmo potencial de lucratividade e enfrenta desafios específicos no Brasil.
Apesar das dúvidas sobre o retorno do investimento em fertilizantes, o BTG avalia que a Petrobras segue um perfil atrativo de risco-retorno, com potencial de valorização e geração de dividendos. A recomendação de compra reflete a expectativa de que, mesmo com projetos como a UFN-III, o impacto financeiro seja controlado e a rentabilidade da companhia permaneça centrada em áreas estratégicas de maior retorno.