A XP Investimentos divulgou, nesta segunda-feira (28) à noite, uma análise detalhada sobre as ações da Petrobras (PETR3; PETR4), elevando o preço-alvo dos papéis para R$ 46 por ação e reforçando a recomendação como uma de suas “top-picks” para investidores. A atualização, assinada pelos analistas Regis Cardoso e Helena Kelm, destaca a atratividade dos rendimentos projetados, considerando especialmente o cenário de dividendos regulares e potenciais dividendos extraordinários para o terceiro trimestre de 2024.
Segundo a XP, o novo preço-alvo de R$ 46 para as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras reflete um ajuste baseado em um real mais depreciado e um preço médio do Brent a US$ 70 por barril. Esse valor é levemente superior ao preço-alvo anterior de R$ 45,10. Já para os American Depositary Receipts (ADRs), listados nos Estados Unidos sob os códigos PBR e PBR/A, a corretora revisou o preço-alvo para US$ 17, ligeiramente abaixo do anterior, de US$ 19, devido à expectativa de um ramp-up mais prolongado de produção e ao ajuste na projeção do Brent.
Projeções para o 3º trimestre
Para o terceiro trimestre de 2024, os analistas projetam um Ebitda ajustado de aproximadamente US$ 11,1 bilhões, com uma margem de erro de ±5%. Esta estimativa reflete o impacto da queda de 6,1% no preço do petróleo Brent em relação ao trimestre anterior, além de uma produção de petróleo marginalmente menor, com redução de 1,3% em relação ao segundo trimestre. Com essas variáveis, a previsão da XP para o lucro líquido é de cerca de US$ 4,1 bilhões.
Os analistas acreditam que a Petrobras poderá manter sua política de dividendos robusta. A estimativa da XP para o fluxo de caixa livre (FCFE) é de US$ 3,6 bilhões, o que representa um yield de aproximadamente 4% para o trimestre. Considerando a política de dividendos da Petrobras, a XP projeta um dividendo ordinário de US$ 2,6 bilhões, com um yield de 2,8%.
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No entanto, com o estágio avançado do planejamento estratégico da Petrobras, existe a possibilidade de que a empresa distribua um dividendo extraordinário de até US$ 4 bilhões, o que elevaria o yield adicional em 4,6%.
“Embora não seja uma obrigação da empresa, o alto estágio de visibilidade do plano de negócios permite que a Petrobras tenha maior previsibilidade sobre suas necessidades de caixa, o que facilita a possibilidade de dividendos adicionais”, pontuam os analistas.
Produção e vendas
A XP também apresenta sua visão para a produção e vendas da Petrobras no terceiro trimestre, com base em dados recém-divulgados pela estatal. A produção total foi ligeiramente inferior à do trimestre anterior, alcançando 2,1 milhões de barris por dia (MMbpd), impactada por paradas de manutenção e intervenções não planejadas em ativos do pós-sal, que resultaram em uma queda de 10,1% nesse segmento. Em contrapartida, a produção de produtos refinados e as vendas registraram crescimento de 4,2% em relação ao segundo trimestre, uma tendência sazonal para o período.
Os analistas chamam a atenção para uma redução nos estoques da Petrobras, que resultou em vendas adicionais de aproximadamente 190 mil barris por dia acima do volume de produção. Embora essa redução de estoques possa gerar um incremento significativo nos resultados financeiros – estimado em até US$ 700 milhões –, a XP ressalta que essas vendas extras, geralmente, têm margens menores em comparação à produção própria da Petrobras.