Foi divulgado ontem, sexta-feira, o resultado do PIB do Brasil em 2012. O crescimento foi de míseros 0,9% em 2012, o pior desempenho desde o pico da crise, em 2009, quando o PIB encolheu 0,3%. O resultado ficou abaixo do PIB de 2011, que avançou 2,7%. Embora o mercado já esperasse um desempenho pífio, o número abaixo de 1% causou alvoroço.
O Ministro da economia Guido Mantega, que durante boa parte do ano “chutava” diversos números para o PIB, errou feio o resultado e teve que amargar o “pibinho” e a crescente desconfiança de boa parte dos agentes envolvidos com nosso crescimento (empresas, governo, população e mercado).
Mesmo com o número de 2012 abaixo da expectativa do governo, Mantega considera que a economia apresenta sinais de recuperação. “O importante é esse movimento da economia, porque ela está acelerando de forma gradual e [esta aceleração] continua em 2013. Já temos dados dos primeiros meses do ano que mostram que essa trajetória de aceleração está se mantendo”, ele disse ao anunciar o PIB de 2012.
No quarto trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,6% em relação ao trimestre imediatamente anterior e 1,4% ante o mesmo período de 2011. Entre os setores, o de serviços também liderou a expansão nos últimos três meses do ano passado, com alta de 1,1%, enquanto a indústria subiu 0,4% e a agropecuária recuou 5,2%.
Acompanhe os resultados do PIB em %:
A grande vilã e responsável pelo resultado abaixo do esperado na análise de Mantega seria a crise econômica internacional. Segundo essa análise, as medidas adotadas pelo governo demoraram a surtir efeito e o cenário externo ainda dificultou as exportações.
A verdade é que já faz algum tempo que percebemos a necessidade de rever nosso modelo econômico. Está mais do que claro que o governo continua gastando muito, gastando mal e sem eficiência, o que dificulta a competitividade da indústria. Nossa máquina pública não é bem aproveitada, além de estar inchada.
Definitivamente temos que dar um salto enorme no que tange a gestão e o compromisso com o crescimento sustentável. Os investimentos tão necessários para a infraestrutura e para a educação parecem uma utopia, um sonho que nunca sai do discurso para prática.
Não podemos negar os avanços e conquistas dos últimos anos, mas também não é conduta séria fingir miopia ao olhar para o que está à nossa frente. O governo precisa dar mostras de que está comprometido com o desenvolvimento do país e de que não abandonou a tão necessária austeridade.
Em 2013, Mantega já fala em um crescimento do PIB entre 3% ou 4%. Entendo que o Ministro da economia deva ter sempre uma postura otimista, mas a cada nova “aposta” sua credibilidade afunda, e isso não é bom para ele. E, claro, não é bom para o Brasil. Até a próxima.
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