O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre apresentou um desempenho melhor do que as expectativas, superando o consenso e as projeções da Nova Futura.
O avanço de 0,1% (2,0% a/a) foi impulsionado pelo aumento do consumo das famílias em 1,1% e por melhorias nas exportações líquidas, com crescimento das exportações em 3,0% e queda nas importações em -2,1%, além de ganhos na indústria (0,6%) e nos serviços (0,6%).
O analista Nicolas Borso da Nova Futura comenta que “os dados sinalizam que o PIB só ficou positivo pela melhora no saldo externo e reforçam a ideia de perda de ímpeto da economia doméstica”. A absorção doméstica registrou uma queda de 0,6% (-0,4% a/a), contribuindo negativamente para o PIB, enquanto as exportações líquidas acrescentaram 0,7%.
Apesar do resultado positivo, os investimentos apresentaram uma contração de 2,5% (-6,8% a/a), marcando o quarto trimestre consecutivo de desempenho negativo. A agropecuária também teve um ajuste significativo, com uma queda de -3,3%, refletindo o término da safra deste ano.
Borso destaca que, embora o consumo tenha surpreendido positivamente, “o recuo dos investimentos e das importações, pela ótica da demanda, me fazem crer que os dados são mais condizentes com um cenário de PIB fraco.” Apesar da surpresa, a Nova Futura não alterará suas projeções e continuará prevendo um crescimento do PIB de 3,0% em 2023 e 1,4% para 2024.
Outro ponto notável foi o desempenho setorial, com o setor de utilities (energia elétrica, saneamento e afins) liderando o avanço na indústria com 3,6%, enquanto nos serviços, os destaques foram financeiras (1,3%), imobiliárias (1,3%), serviços de utilidade pública (0,5%) e outros (0,4%), cada um contribuindo com 0,1% para o PIB.
