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Por que o dólar caiu após o feriado?

Às 10:04 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a 4,8615 reais na venda

por Reuters
3 min leitura
Dólar

O dólar (USDBLR) tinha queda frente ao real nesta quinta-feira, volta de feriado morna para o mercado local, com investidores digerindo dados norte-americanos mistos da véspera ao mesmo tempo que ponderavam as chances de adiamento da discussão no governo sobre alterar a meta fiscal.

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Às 10:04 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,03%, a 4,8615 reais na venda.

Na B3, às 10:04 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,07%, a 4,8695 reais.

Em sessão sem grandes catalisadores, o mercado local digeria leituras econômicas dos Estados Unidos divulgadas na quarta-feira, quando não houve negociações no Brasil devido ao feriado da Proclamação da República.

As vendas no varejo norte-ameircano caíram 0,1% no mês passado, informou o Departamento de Comércio dos EUA na véspera, enquanto economistas consultados pela Reuters previam queda mais intensa, de 0,3%. Essa leitura impulsionou o dólar na quarta, com a percepção de que a resiliência da maior economia do mundo poderia fazer com que o Federal Reserve adiasse eventuais cortes de juros.

No entanto, Matheus Pizzani, economista da CM Capital, disse que essa leitura não tem força suficiente para reverter o otimismo recente do mercado internacional em relação à política monetária do Fed.

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“Mesmo tendo vindo acima da expectativa, (o dado) ainda veio negativo, indicando contração do consumo nos EUA, ao mesmo tempo que o índice de preços ao produtor acabou se sobrepondo aos dados de vendas no varejo”, avaliou Pizzani.

Um relatório separado do Departamento do Trabalho dos EUA mostrou na quarta-feira que os preços ao produtor caíram 0,5% em outubro, maior queda desde abril de 2020.

Somado a dados de inflação ao consumidor de terça mais fracos do que o esperado, o índice ao produtor pode reforçar apostas no mercado de que o arrefecimento dos custos nos EUA impedirá novos aumentos de juros pelo Fed, o que tende a favorecer o apetite por ativos arriscados mais rentáveis, como moedas de países emergentes.

Apesar de um ambiente externo favorável, Pizzani disse não ver como sustentável o movimento de apreciação do real até o final deste ano, citando tendências de perda de tração econômica no Brasil e queda da taxa Selic, movimento que reduz o apelo de investimentos em renda fixa no mercado doméstico.

Sobre a pauta fiscal, depois que discussões sobre possível alteração na meta de resultado primário do ano que vem chacoalharam a confiança de investidores no mês passado, o economista avaliou que a leitura predominante ainda é negativa, mas ponderou que o pessimismo do mercado tem sido limitado por aparente firmeza do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no objetivo de equilibrar as contas públicas.

“Haddad se manteve firme e colocou isso nos seus discursos, se mantém alinhado à meta zero. Mesmo que a meta seja mudada, pelo menos o ministro da Fazenda está mostrando que vai buscar equalizar as contas no ano que vem, também com maior cuidado em relação a medidas de aumento da arrecadação”, disse Pizzani.

Haddad defendeu nesta quinta-feira que o Congresso faça um esforço concentrado até o encerramento do ano para aprovar medidas que elevem a arrecadação e gerem “conforto para o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias” de 2024.

O dólar à vista fechou a última sessão, na terça-feira, a 4,8631 reais na venda, em baixa de 0,91%.

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