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Pouco ou muito dinheiro? Não importa!

por Ricardo Pereira
3 min leitura

Planejamento e futuro? Você liga?Como nunca deixaremos de afirmar, hoje em dia existem muitas opções de investimentos[bb]. São muitas as oportunidades, tanto para quem possui valores altos, quanto baixos. Entretanto, e ai é que mora o problema, o que encontramos hoje na sociedade brasileira é a falta de cultura voltada para a formação de poupança. Como lemos recentemente por aqui, falta uma cultura voltada para o futuro.

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No dia-a-dia, lido com pessoas com rendas muito diferentes. São altas e baixas receitas, altos e baixos gastos. Não raro, encontro pessoas com salários de dois dígitos em sérios problemas financeiros. Não tão raro, encontro pessoas, cuja renda é mais baixa, com ótimo controle dos gastos e disciplina, mas com falta de conhecimento aplicar melhor os recursos resultantes desse controle.

Disciplina, a chave para o sucesso.
O que é pior: ganhar R$ 10 mil por mês e gastar R$ 12 mil, ou ganhar R$ 1 mil e gastar R$ 800? Independentemente da subjetividade da resposta, está mais do que claro que renda alta, bons salários e altas receitas não são sinônimos de uma vida financeira equilibrada.

Não interessa o quanto se ganha, mas o quanto se gasta, economiza e investe. Assim, é preciso (e importante) dimensionar seus gastos de maneira a fazê-los caber tranquilamente em seu orçamento. Conclui-se, portanto, que a percepção e o sucesso independem do tamanho da renda, mas sim da disciplina de cada um.

Apesar do conceito ser simples, tenho consciência de que agir assim não é sempre fácil. Por outro lado, hoje existem muitas possibilidades, ferramentas e bons livros capazes de ajudá-lo a poupar de maneira sensata e, assim, dar um upgrade no orçamento doméstico[bb].

Compromisso com nosso dinheiro
Tenho um bom exemplo que ilustra, na prática, como a força de vontade e o esforço pessoal podem mudar nosso comportamento financeiro:

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Diariamente, e antes de chegar ao trabalho, eu costumava tomar um café da manhã simples em uma padaria próxima. Tomava um copo de leite com achocolatado e comia um pão com manteiga “na chapa”. Uma delícia! Isso me custava, todo santo dia, R$ 3,50.

Meu gasto mensal aproximado, levanto em conta que os meses possuem, em média, 22 dias úteis chegava a cerca de R$ 77,00. Ao final de um ano, cheguei a gastar R$ 924,00 com esse hábito. Quando percebi esse gasto desproporcional à minha realidade, mudei minha rotina.

Não, não deixei de tomar meu café da manhã ou me alimentar de forma saudável pela manhã. Simplesmente coloquei o relógio para despertar vinte minutos antes do habitual e passei a preparar minha refeição em casa. Como resultado, economizo (ou deixo de gastar) 70% do valor anterior.

Onde fica o planejamento? E o futuro?
Obviamente que quando penso em poupar, procuro aproveitar o esforço em prol de um objetivo futuro. Poupar, optando por manter as definições simples, significa sacrificar algum consumo imediato e, quem sabe, consumir lá na frente, vivendo uma situação financeira mais saudável (sem dívidas, por exemplo) e ainda mantendo algum valor investido.

Não tem muito tempo, fui atender ao apelo de um amigo que estava em situação financeira desesperadora. Era um pequeno empresário do ramo de transportes. Ele possuía uma quitinete no litoral de São Paulo e um apartamento quitado. Estava financiando outro apartamento e também um carro.

Em um impulso, meu amigo vendeu a quitinete, trocou o o carro – para um modelo mais luxuoso e com um carnê ainda maior e mais perigoso – e deu entrada em um apartamento de luxo no litoral. Neste mesmo período, começou a passar por certa crise no trabalho e sua renda caiu pela metade.

Sem nunca ter feito um fundo de reserva, meu amigo se afundou nas dívidas de cartões, cheque especial e empréstimos para manter o padrão de consumo da família. Quando conversamos sobre a situação, mostrei que a principal alternativa naquele momento era o sacrifício.

Então decidimos trocar o carro por um de valor inferior. Com a diferença, negociamos o pagamento dos juros de suas dívidas e trocamos as dívidas do cartão e do cheque especial por um empréstimo pessoal, com juros muito inferiores.

Aprendida a lição, ele finalmente percebeu que a falta de planejamento e decisões baseadas apenas no aspecto emocional podem significar prejuízos e grandes privações no futuro. Sua família não precisava passar por tudo aquilo, concluiu feliz e agora motivado a gerenciar melhor seu patrimônio.

Atenção ao orçamento!
Muitas pessoas possuem uma planilha para controlar os gastos, é verdade. O Dinheirama oferece uma série de planilhas e simuladores. A idéia é boa, mas muitas vezes não funciona. Isso mesmo, é comum vermos pessoas utilizando muito mal a ferramenta de gestão que tem em mãos.

Uma planilha deve servir como um orçamento, ou seja, um planejamento antecipado dos gastos capaz de mostrar seus compromissos financeiros futuros e seu fluxo de caixa. Monte o orçamento, mas faça atualizações constantes, lembrando sempre que existem gastos sazonais em algum meses ou épocas do ano.

No começo do ano, por exemplo, existem os impostos e taxas do carro, o IPTU, o material escolar e os gastos das compras de fim de ano. Depois, lembre-se da Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia das Crianças etc. Anote e controle tudo!

O importante é saber que sempre existe uma solução para quem realmente se importa e quer utilizar um pouco de inteligência financeira[bb]. Seja economizando no cafézinho, melhorando seu controle de gastos ou gerenciando melhor suas dívidas, a oportunidade e a decisão sempre existem.

Aproveite o fim de semana para comentar e discutir, entre família e amigos, as possibilidades propiciadas por um bom planejamento financeiro. Divulgue esta idéia e compartilhe com quem você ama um futuro mais rico e próspero. Até a próxima.

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Ricardo Pereira é Analista Financeiro Sênior da ABET Corretora de Seguros, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para stock.xchng.

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