Os preços ao produtor no Brasil aceleraram com força e passaram a subir 1,28% em junho, de 0,36% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O resultado, quinto mês seguido de avanço, levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 4,19%.
Felipe Câmara, analista da pesquisa no IBGE, destacou a depreciação do real como “decisiva para aumentar o montante recebido em reais pelos exportadores brasileiros”. Em junho, o dólar acumulou alta de 6,47% ante o real.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 19 tiveram altas de preços no mês. As quatro variações mais intensas foram registradas em outros produtos químicos (3,93%), outros equipamentos de transporte (3,67%), metalurgia (2,99%) e fumo (2,83%).
Entre as principais influências no índice geral, o destaque foi alimentos, com contribuição de 0,36 ponto percentual diante de um avanço de 1,48% dos preços.
“Destaque para a alta do óleo bruto de soja, com demanda aquecida tanto na esfera internacional, quanto doméstica. A demanda para produção de biodiesel esteve em alta na Ásia, ao passo que o preço para venda no Brasil ainda se ajusta frente à concorrência das cadeias derivadas domésticas”, disse Câmara.
Entre as grandes categorias econômicas, os preços dos bens de capital subiram de 1,21% e os de bens intermediários avançaram 1,85%. Já os bens de consumo subiram 0,46%.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.