Paulo Sousa, presidente da unidade da Cargill no Brasil, disse nesta segunda-feira que as empresas devem continuar investindo em logística e armazenagem para ajudar o país a transportar produtos agrícolas com mais eficiência.
Falando no Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado pela associação Abag, Sousa citou a ferrovia Ferrogrão como um projeto prioritário, pois ajudará a movimentar milhões de toneladas de grãos em importante área agrícola ao norte, após ser construído.
Sousa lembrou que o Brasil teve safras recordes em 2022/23 e produtividades maiores do que nunca este ano, ampliando os desafios logísticos.
“Isso traz preocupação com falta de armazenagem, logística. O setor como um todo precisa continuar investindo em armazenagem.”
No entanto, as empresas exigem segurança jurídica para aprovar novos investimentos e assumir riscos.
“(Precisamos) de uma estrutura regulatória clara e previsível para fazer investimentos em infraestrutura”, observou.
Sousa rebateu críticas ao projeto da Ferrogrão feitas com base em suposições “tendenciosas”.
“Não dá para ser contra o Ferrogrão. É uma irresponsabilidade”, acrescentou.
Em junho, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a retomada dos processos relacionados ao projeto de construção da Ferrogrão, acrescentando que qualquer execução relacionada à ferrovia fica condicionada à aprovação pelo STF de “nova análise de todas as condicionantes legais, em especial as sócio-ambientais”.
A ferrovia, que deve se estender por quase 1.000 quilômetros e é considerada estratégica para transportar soja e milho com mais eficiência para os mercados de exportação, reduziria a dependência de estradas, mas também afetaria comunidades locais em Estados brasileiros como Mato Grosso e Pará.