Caminhões com ajuda humanitária cruzaram o sul de Gaza neste sábado, o primeiro comboio de suprimentos humanitários desde que Israel iniciou um cerco devastador há 12 dias e depois de mais um pesado bombardeio israelense durante a noite, que matou dezenas de palestinos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse esta semana que havia sido alcançado um acordo para que 20 caminhões de ajuda atravessassem a passagem de fronteira de Rafah, em Gaza, com o Egito, e acrescentou na sexta-feira que acreditava que os primeiros caminhões passariam dentro de 48 horas.
Testemunhas disseram que os caminhões de ajuda saíram da passagem após verificações e seguiram para a área sul de Gaza, incluindo as cidades de Rafah e Khan Younis, onde centenas de milhares de pessoas deslocadas pela implacável guerra aérea de Israel estão abrigadas.
No entanto, as autoridades palestinas ficaram desapontadas com o fato de os suprimentos de combustível não terem sido incluídos e acrescentaram que a ajuda era apenas 3% do que costumava entrar em Gaza antes da crise.
“A exclusão do combustível da ajuda humanitária significa que as vidas dos pacientes e feridos continuarão em risco. Os hospitais de Gaza estão ficando sem os materiais básicos para realizar intervenções médicas”, disse o Ministério da Saúde de Gaza.
O “cerco total” de Israel a Gaza após o ataque ao sul de Israel em 7 de outubro por militantes do movimento islâmico Hamas deixou os 2,3 milhões de habitantes de Gaza sem alimentos, água, medicamentos e combustível.
A Organização das Nações Unidas disse que o comboio incluía suprimentos vitais que seriam recebidos e distribuídos pelo Crescente Vermelho Palestino, com o consentimento do Hamas. Israel alertou que nenhuma ajuda deve ir parar nas mãos do Hamas.
“A situação humanitária em Gaza — já precária — atingiu níveis catastróficos”, disse o chefe humanitário da ONU, Martin Griffiths, em um comunicado.
“Estou confiante de que essa entrega será o início de um esforço sustentável para fornecer suprimentos essenciais — incluindo alimentos, água, medicamentos e combustível.”
As autoridades da ONU dizem que são necessários pelo menos 100 caminhões por dia e que qualquer operação de ajuda deve ser sustentável em escala — uma tarefa difícil agora, com Israel realizando bombardeios devastadores no enclave dia e noite.
Antes do início do conflito, uma média de cerca de 450 caminhões de ajuda chegavam diariamente a Gaza.