As incertezas globais em relação às políticas monetárias de diversos países e a preocupação interna quanto ao lado fiscal brasileiro trouxeram uma mudança importante nas recomendações de ações dos principais bancos e casas de investimentos.
A liderança nos papéis mais indicados para agosto segue com as empresas consideradas mais sólidas, como Itaú, Petrobras e Vale, mas em seguida aparecem empresas que se beneficiam da alta do dólar frente ao real e também das consideradas cíclicas, ou seja, que podem se beneficiar do cenário de estagnação do juros, à espera da retomada dos cortes na taxa Selic.
“A ancoragem das expectativas de que o Fed [Federal Reserve, banco central dos EUA] iniciará sua trajetória de corte de juros em setembro foi o gatilho para uma ligeira alta das ações ao longo do mês de julho, embora, internamente, esta melhora seja confrontada por uma persistente preocupação com o cenário fiscal E é neste ambiente que deveremos navegar ao longo das próximas semanas”, explicou a Ágora Investimentos em sua carteira Estratégia Mensal para agosto.
O levantamento realizado pelo Broadcast Investimentos com 12 instituições aponta Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) com oito recomendações para cada papel.
Prio e JBS
Em seguida, com cinco recomendações aparecem Prio (PRIO3), papel que vem sendo bastante recomendado nos últimos meses, e com a mesma quantidade de indicações, vem a JBS (JBSS3), uma das novidades para o mês na aposta dos analistas pela valorização da moeda norte-americana.
“Estamos mantendo a exposição cambial por meio da JBS”, afirma o BTG Pactual em sua carteira 10SIM, que explica ainda que a JBS é a principal escolha do banco no setor de alimentos. “Sua plataforma exclusiva de produção de proteínas oferece um fluxo de receita diversificado para suavizar os padrões cíclicos da commodity. Esperamos que esse seja o caso em 2024”, pontua a carteira do BTG Pactual.
Com quatro recomendações para cada, aparecem Cyrela (CYRE3), Direcional (DIRR3) e Klabin (KLBN11). As duas do setor de construção vão na aposta de uma melhora diante de um cenário de inflação mais controlada e uma expectativa da retomada da queda dos juros, além das duas serem destaque pelas casas como empresas bem posicionadas dentro dos negócios que se propõem, como empreendimento de padrão mais elevado da Cyrela e a Direcional se beneficiando do programa social Minha Casa, Minha Vida.
Sobre o desempenho da Cyrela, a Terra Investimentos destaca que acredita no potencial de crescimento da receita impulsionado pelo desempenho operacional, especialmente pela melhoria da margem bruta devido ao lançamento de projetos mais rentáveis em 2024, destacou a careira mensal.
No caso da Direcional, o BB Investimentos destaca os dados da prévia operacional da companhia no segundo trimestre de 2024 e explica que a empresa “vem mostrando ser capaz de orientar recursos e atenções para regiões onde as condições de mercado estão mais atrativas, gerando valor de maneira expressiva no consolidado de suas operações pelo país”, disse em sua carteira fundamentalista para agosto.
“Os resultados relativos ao 2T24 serão divulgados na terceira semana de agosto, e temos expectativa de números em linha com o substancial crescimento observado nos últimos períodos, refletindo o momento positivo observado para o setor imobiliário do Brasil, especialmente no segmento econômico, onde se concentra a maior parte das operações da Direcional”, complementa.
Com três indicações para cada, as demais ações mais recomendadas são do BTG Pactual (BPAC11), Copel (CPLE6), Localiza (RENT3), Rede D’Or (RDOR3), Sabesp (SBSP3) e WEG (WEGE3). Ao todo, 56 papéis receberam recomendação de compra para agosto.
(Com Estadão Conteúdo)
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