A XP Investimentos projeta que os resultados da Prio (PRIO3) para o terceiro trimestre de 2024, a serem divulgados em 5 de novembro, serão fracos. A combinação de uma produção reduzida em 22% em relação ao trimestre anterior e a queda de 5% no preço médio do Brent influencia negativamente as expectativas.
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Regis Cardoso e Helena Kelm, que assinam a análise divulgada neste domingo (27), estimam uma receita líquida de aproximadamente US$ 510 milhões, marcando uma queda de 30% em relação ao trimestre anterior e 38% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda deve atingir US$ 356 milhões, uma redução de 36% em comparação ao segundo trimestre e 45% em relação ao mesmo período de 2023. Já o lucro líquido esperado é de US$ 147 milhões, representando uma queda de 45% em relação ao trimestre anterior.
Produção da Prio
Esses resultados, apesar de impactantes, não são considerados representativos do desempenho futuro da Prio, pois fatores específicos afetaram a produção no trimestre.
Os dados da ANP mostram uma recuperação significativa em outubro, com um aumento de cerca de 11% na produção, alcançando uma média de 78 mil barris por dia (kbpd). Isso sugere uma recuperação gradual, além da perspectiva de que outros poços, como no campo de Tubarão Martelo, possam voltar a operar em breve, impactando positivamente o volume de produção.
No terceiro trimestre, a produção da Prio foi impactada por vários eventos específicos em seus principais campos. No campo de Frade, a produção sofreu um declínio acima do esperado, agravado por uma manutenção em setembro, levando a uma média de produção 17% menor no período.
Já o cluster Polvo e Tubarão Martelo registrou uma redução de 32% em relação ao trimestre anterior, devido à paralisação de três poços que necessitaram de workover (manutenção corretiva). O campo de Albacora Leste também foi afetado, com uma parada programada de 13 dias em julho, resultando em uma queda de 25% na produção.
Esses eventos reduziram o volume de produção e aumentaram os custos operacionais, estimados acima de US$ 9 por barril de óleo equivalente (boe). Além disso, as vendas foram impactadas, com os offtakes caindo 24% em relação ao segundo trimestre, intensificando o impacto da queda de produção e dos preços mais baixos do Brent.
Apesar dos desafios, as perspectivas para a Prio no curto e médio prazo são positivas. Em outubro, os dados preliminares indicam que a produção atingiu cerca de 81 kbpd, superando a média do terceiro trimestre e sinalizando uma recuperação. No curto prazo, a expectativa é de que a retomada de poços parados no campo Tubarão Martelo e os ganhos em Albacora Leste, após a manutenção, possam adicionar entre 4 a 6 kbpd à produção.
A projeção da XP para 2025 é ainda mais otimista, com a entrada em operação de novos ativos de grande porte. O campo de Wahoo, previsto para iniciar as operações no próximo ano, deverá acrescentar aproximadamente 40 kbpd à produção da Prio. Além disso, o fechamento da aquisição do campo de Peregrino, estimado para contribuir entre 36 a 40 kbpd, consolidará a Prio como uma das principais produtoras do setor. Esses avanços deverão impulsionar a receita e a rentabilidade da companhia, revertendo os impactos negativos observados no terceiro trimestre