O crescimento do nível de endividamento e o problema fiscal dos EUA já está aparecendo nos rendimentos dos títulos de 10 anos (Treasuries), avalia a Apollo.
A preocupação, inclusive, esteve presente em um relatório da Standard & Poor’s, que também incluiu outros países como o Reino Unido e a França.
“Estimamos que para EUA, Itália e França o balanço primário teria que melhorar em mais de 2% do Produto Interno Bruto cumulativamente para que suas dívidas se estabilizassem; é improvável que isso aconteça nos próximos três anos”, disse a S&P Global em um relatório.
O fiscal nos gráficos
Para Torsten Sløk, economista-chefe da gestora Apollo, nos mercados de juros, há um cabo de guerra entre uma economia em desaceleração defendendo taxas mais baixas, versus as forças estruturais que colocam pressões ascendentes sobre a inflação e as taxas (por exemplo, desglobalização, transição energética, mais restrições à imigração, mais gastos com defesa e desafios fiscais significativos).
Até agora, explica Sløk, os títulos de 10 anos têm se movido um para um com as expectativas do Fed (veja o gráfico abaixo).
“Mas, nas últimas semanas, uma lacuna se abriu, sugerindo que outros fatores, talvez incluindo a perspectiva fiscal, estão começando a desempenhar um papel para as taxas longas”, pondera ele em um relatório.