A indústria no Brasil frustrou as expectativas e registrou retração de 0,3% em fevereiro, marcando o segundo mês seguido no vermelho.
Com isso, nos dois primeiros meses do ano o setor acumula perdas de 1,8%, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ainda fica 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,7% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.
Na comparação o mesmo mês do ano anterior, a produção teve avanço de 5,0%, sétima leitura positiva seguida.
Os resultados foram bem piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,3% na base mensal e de 5,6% na anual.
Analistas consideram que a indústria deve crescer neste ano, ainda que a passos lentos, com retomada gradual principalmente em segmentos dependendes das condições de crédito, favorecida pela queda dos juros.
O Banco Central decidiu no mês passado fazer nova redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, a 10,75% ao ano, mas encurtou sua indicação sobre cortes futuros ao citar uma ampliação de incertezas, afirmando que sua diretoria antevê corte na mesma intensidade apenas na próxima reunião, em maio.
O IBGE destacou que, em fevereiro, 10 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram redução na produção em relação ao mês anterior.
As principais influências negativas foram exercidas por produtos químicos (-3,5%), indústrias extrativas (-0,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%).
Na outra ponta, veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e celulose, papel e produtos de papel (5,8%) apresentaram aumento na produção.
Entre as categorias econômicas, somente Bens Intermediários apresentaram queda, de 1,2%. A fabricação de Bens de Capital aumentou 1,8% no mês e a de Bens de Consumo cresceu 1,3%.