O Japão informou à Organização Mundial do Comércio (OMC) que a proibição da China aos frutos do mar japoneses após a liberação da água tratada da usina nuclear de Fukushima é “totalmente inaceitável”, disse o Ministério das Relações Exteriores.
Em uma contra-argumentação à notificação da China à OMC, em 31 de agosto, sobre suas medidas de suspensão das importações japonesas, que começaram no mês passado, o Japão disse que explicará suas posições nos comitês relevantes da OMC e pediu à China que revogue imediatamente a ação.
Algumas autoridades japonesas sinalizaram que o país pode registrar uma reclamação na OMC, afirmou o embaixador norte-americano no Japão na semana passada, e que os Estados Unidos o apoiarão.
O Japão explicará a segurança da água liberada em fóruns diplomáticos, incluindo a Cúpula da Asean na Indonésia e a Cúpula do G20 na Índia neste mês, disse o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, a repórteres na terça-feira.
Em uma declaração separada na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Tóquio afirmou que o país também solicitou à China que realizasse discussões sobre a proibição de importação com base nas disposições do pacto comercial da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP).
Embora os produtos marinhos representem menos de 1% do comércio global do Japão, que é dominado por carros, o país exportou cerca de 600 milhões de dólares em produtos aquáticos para a China em 2022, tornando-a o maior mercado para as exportações japonesas, seguido por Hong Kong.
Dados divulgados nesta terça-feira mostraram que as exportações do setor para a China caíram pela primeira vez em dois anos e meio em julho, caindo 23% em relação ao ano anterior, para 7,7 bilhões de ienes (52,44 milhões de dólares).
As mercadorias com destino à China enfrentaram inspeções mais rigorosas desde que o Japão anunciou seu plano de liberar a água tratada de Fukushima, diminuindo a velocidade dos embarques.