O Putin entrou na campanha. O Bibi entrou na campanha. O Xi Jiping entrou na campanha. O aiatolá entrou na campanha. O Nostradamus entrou na campanha. Sim, BRASEW, o mundo está na eleição americana. E eles que se bobeiem que daqui a pouco o Xandão chega lá também.
Eu sei que você quer saber do Nostradamus, mas esse vai lá para o pé da carta, para que vocês fiquem comigo até o fim. Comecemos pelo Putin que é a grande novidade da semana.
Os Estados Unidos anunciaram ontem um plano para combater a influência russa nas eleições. Assim, pomposo mesmo. O Departamento de Justiça, o temido DOJ (que os empresários da Lava Jato conhecem bem), anunciou sanções, indiciamentos e apreensão de domínios da web que o Kremlin estaria usando para espalhar propaganda e desinformação. Gente, Kremlin! Não parece um filme dos anos 80?
Para os Perdidos. O DOJ é como se fosse o Ministério Público no Brasil.
O que diz o DOJ
1. A Rússia pagou 10 milhões de doletas para contratar influenciadores americanos (com milhões de seguidores) com o objetivo de “ampliar as divisões nos Estados Unidos” (famoso, vamos nos odiar mais) e também botar a culpa na Ucrânia pela guerra (que original!). Tinha influenciador recebendo US$ 400 mil por mês para publicar 4 vídeos. Coisa de fazer inveja para o método Pablo Marçal.
2. Ao todo, 32 domínios foram apreendidos. Alguns eram sites que tinham o design praticamente igual a sites legítimos da imprensa americana como o Washington Post e a Fox News.
3. As campanhas de influência interrompidas pelo DOJ são conhecidas coloquialmente como “Doppelganger”. Parece russo, né? Ou coreano, sei lá. Botei lá no Google tradutor e ele identificou como sendo uma palavra em inglês que significa “sósia”.
4. Os russos teriam publicado centenas de vídeos em inglês em sites de mídia social, incluindo TikTok, Instagram, YouTube e X, que ecoavam a propaganda estatal russa e obtiveram 16 milhões de visualizações no YouTube. (Achei pouco, mas quem sou eu. Como dizem os experts o problema é que em algum momento eles podem emplacar um viral que será suficiente para bagunçar toda a eleição.)
5. Os procuradores também acusam dois funcionários da RT, um site de notícias estatal russo, de conduzir a operação para o pagamento dos influenciadores.
A reação
O RT, o tal site estatal russo, respondeu assim às ações do DOJ:
“Hahahaha!”
Passado
Os russos já foram acusados de influenciar as eleições em 2016, quando hackearam e-mails da Hillary Clinton, então candidata. Como ela usou e-mail pessoal para responder atos oficiais como secretária de Estado (era tipo as relações exteriores do governo Obama), a galera caiu em cima. Dizem que esse foi um dos pontos que a fez perder para Trump.
O que o Putin tem a dizer
Como quem não quer nada, Putin disse hoje (sim, hoje, quinta-feira dia 5 de setembro), no Fórum Econômico Oriental em Vladivostok, que ele apoia quem? Quem? A Kamala.
“Eu disse a vocês que nosso favorito, se é que podemos chamá-lo assim, era o atual presidente, Sr. Biden. Ele foi removido da disputa, mas recomendou a todos os seus apoiadores que apoiassem a Sra. Harris. Então faremos o mesmo. Nós a apoiaremos.”
Como diz o pessoal do RT: hahahaha!
Para os Perdidos: O atual presidente, Joe Biden, aplicou fortes sanções econômicas à Rússia desde o início da guerra e apoiou (e ainda apoia) a Ucrânia, inclusive com forte armamento.
E esse tal de Bibi?
O Bibi é o Benjamin Netanyahu, líder de Israel que está na guerra contra o Hamas. O colunista do New York times, Thomas Friedman, experiente na cobertura do Oriente Médio, escreveu um artigo alertando que Bibi pode influenciar a eleição americana simplesmente fingindo para o governo americano que quer um cessar-fogo, mas do outro lado intensificando os ataques à Gaza.
Isso seria um problemão para a Kamala porque se posicionar fortemente sobre a questão de Israel significa perder votos de um lado ou de outro.
E o Xi?
A China está usando contas falsas ou hackeadas de cidadãos americanos para espalhar sentimentos antiocidentais segundo relatório divulgado nesta semana pela empresa de inteligência Graphika. Segundo a AP, a China, no entanto, não tem preferidos na disputa. Só quer influenciar a política dos Estados Unidos em relação à Taiwan. Tem uma guerra lá prestes a acontecer.
E o aiatolá?
Hackers iranianos andaram invadindo contas de e-mail do pessoal de campanha da Kamala e do Trump, segundo investigações do FBI.
Tixa do céu, fala logo do Nostradamus
Tem um historiador da American University, Allan Lichtman, que ignora pesquisas e usa um sistema de perguntas para prever quem vai ganhar as eleições. Ele acertou que o Trump ganharia em 2016, que Biden ganharia em 2020 e há 40 anos ele mais acerta do que erra e por isso é chamado de Nostradamus da eleição presidencial
E ele já fez sua previsão para este ano.
Ele rodou o sistema de 13 perguntas e disse que quem vai ganhar é a Kamala. Sim, darling, mas amanhã eu conto como funciona esse esquema das perguntinhas dele.
De olhos nas pesquisas
TUDO IGUAL. Aqui nesse cantinho a gente mostra um agregado de pesquisas que reflete qual a média para um candidato e outro. Pela média calculada pelo RealClearPolitics, Kamala está 1,9 ponto à frente do Trump, igual ontem. Na média do New York Times, com base no projeto FiveThirtyEight da ABC, Kamala está com 3 pontos à frente de Trump. Aqui também nada se alterou.