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Quando você não cabe mais no emprego

por Plataforma Brasil
3 min leitura
Quando você não cabe mais no emprego

Por Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial.

Finclass Vitalício Quadrado

Você revira os olhos ao ser chamado para mais uma reunião de avaliação de desempenho 360°? Sente náuseas ao escutar que a “pró-atividade disruptiva” é o novo mote para os próximos cinco anos da empresa?

Este texto é destinado para aquelas pessoas que não suportam mais o ambiente corporativo. Algo sério pode estar acontecendo.

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Talvez aqui não seja mais o meu lugar

Neste contexto, você já não suporta mais obedecer. Sim, assuma. Você quer mandar! Quer ser o dono da história. O condutor. Ah, por favor, ao menos aqui deixe de ser politicamente correto.

É importante perceber esse processo, mas isso não basta para resolver o problema.  Antes de a transformação ocorrer, além de um projeto viável, você precisará do mínimo de recursos para tirá-lo do papel.

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E além disso, contar com algum meio de sobrevivência até que a nova empresa comece a gerar resultados.

Haverá frustações, tenha certeza disso. Muitas vezes, a distância entre a concepção da ideia (ou a decisão de ser seu próprio chefe) e sua realização pode superar as suas mais pessimistas expectativas.

Desta forma, independentemente da batalha que vai enfrentar para reunir os meios necessários e amadurecer o projeto, alguma preparação pode ser colocada em prática imediatamente.

Então, para cair na ação e fugir do “lero lero”, vamos dividir a abordagem deste texto em dois tópicos: “Planejamento em 9 atos”, para garantir um avanço sólido rumo aos seus objetivos; e “Empreendedorismo suicida”, onde apresentarei o típico comportamento a ser evitado – justamente aquele que pode fazer você invejar uma CLT assinada antes do primeiro ano pós-emprego.

Em meio a isso tudo, por favor evite fazer um curso de empreendedorismo onde o professor nunca conseguiu fazer um único carrinho de pipoca dar certo, ok?

Planejamento em 9 atos

  • Ato 1. Fique atento a todas as oportunidades, informações e contatos que de alguma forma podem contribuir com o seu projeto;
  • Ato 2. Faça uma lista organizada dessas informações e “insights”;
  • Ato 3. Observe na própria empresa onde trabalha se não existem oportunidades de negócios para ex-funcionários;
  • Ato 4. Tenha atenção especial com à sua rede de relacionamentos, ali podem estar presentes algumas soluções, oportunidades e até ameaças. Fique de olho no seu networking;
  • Ato 5. Se tiver alguém em vista para ser seu sócio ou parceiro estratégico, observe-o de longe. Seja prudente enquanto permanecer na canoa corporativa;
  • Ato 6. No ambiente corporativo, evite comentar sobre os seus projetos. Isso pode atrair enorme resistência, ativar desafetos e até abreviar a sua permanência em uma fase na qual não pode prescindir do emprego;
  • Ato 7. Faça tudo para ficar fora do jogo político corporativo. Ele toma tempo e geralmente não traz nenhuma contribuição;
  • Ato 8. Seja disciplinado e organizado com os horários. Com isso poderá contar com mais tempo livre para se dedicar a sua ideia;
  • Ato 9. Economize sempre. Aprenda a guardar dinheiro e comece a montar um colchão de segurança. Se possível, viva com menos do que você ganha.

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Empreendedorismo suicida

No meio do caminho, caso esteja se sentindo excessivamente confiante, cuidado. É hora de sentar e respirar fundo. Ative o seu senso crítico e mantenha-o no nível máximo.

A derrocada empreendedora pode ser trágica se alguns cuidados não forem tomados e se alguns perigos não forem temidos e identificados.

Obviamente, empreender não se trata de algo para destemidos, mas antes para corajosos – justamente por aprenderem a lidar com o medo ao reconhecerem o quanto são falíveis e frágeis.

Caso contrário, a sua história pode se transformar em mais um case para as estatísticas da mortalidade empresarial no Brasil. Logo, entenda que o empreendedor suicida reúne DNA todo próprio e fácil de encontrar por aí:

  • Caldo de convicções excessivas;
  • Apego doentio ao negócio ou projeto; e
  • Cegueira diante da realidade.

O resultado é o de seguir práticas absolutamente destrutivas. Vejamos como ficam as características do empreendedor suicida, caso fossem recomendadas (aqui vale ler em voz alta):

  • Confiança patológica. Mantra: “Não seja apenas confiante diante dos desafios e eventuais adversidades. No lugar dessa postura tão tímida, simplesmente acredite ser absolutamente invencível”;
  • Ele rejeita o “capital” e sua lógica de rentabilidade e retorno. Mantra: “Sepulte o quanto antes o conceito de que a empresa e os investimentos servem primordialmente para remunerar o risco dos investidores e empreendedores”;
  • Ama os modismos corporativos. Mantra: “Mergulhe de cabeça nos modismos corporativos, principalmente se eles forem concebidos por ‘mentes brilhantes’ repousadas em cabeças de especialistas que jamais empreenderam na vida”;
  • Trata em segundo plano as questões formais e documentais. Mantra: “Em um ambiente de negócios pouco burocrático como o brasileiro, isso certamente será a chave para a sustentação empresarial”;
  • Abandona a modéstia. Mantra: “Maximize a sua avaliação e o julgamento diante dos êxitos potencias do seu empreendimento e minimize os riscos”.
  • Renega a importância do dinheiro. Mantra: “Opere com um planejamento financeiro capenga e gaste mais do que ganha”.
  • Dilapida o seu patrimônio pessoal. Mantra: “Será excelente não poder contar com nada caso o seu negócio não se prove viável”.

Por fim, é bom não esquecermos que o empreendedorismo não é tarefa para qualquer um. Traz desafios e perigos, mas vale a pena, desde que seja assumido como um estilo de vida. Até o próximo!

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