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Quanto é ser rico? E muito rico?

por Conrado Navarro
3 min leitura

Quanto é ser muito rico?Confesso que sempre senti muita admiração pelo mundo dos ricos[bb] e muito ricos. Não pela ostentação, comum e alvo de parte deste texto, mas pelas trajetórias e biografias. Como estranho a essa realidade que sou, sempre tive uma visão limitada, simplista e por vezes preconceituosa dessa gente. Só quero compreender as raízes do sucesso de tão poucos afortunados.

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Recentemente, ganhei um exemplar do livro “Riquistão” (Editora Manole), de Robert Frank, premiado colunista do Wall Street Journal. O sub-título encontrado na capa do livro chamou minha atenção: “Como vivem os novos-ricos e como construíram suas megafortunas”. Será que o livro tem respostas para muitas de minhas perguntas? A leitura agradável, repleta de dados, estatísticas e fatos, durou apenas dois dias. Em contrapartida, a viagem diante das palavras de Robert continua.

O presente artigo é estranho, admito. Não se trata de uma resenha, nem de um misto de dicas específicas de economia ou investimentos[bb]. Quero apenas compartilhar incríveis descobertas sobre o mundo dos ricos – norte-americanos por enquanto – e com isso delinear alguns importantes fatores de sucesso e eventuais deslizes cometidos pela turma dos endinheirados. Se ficar rico é uma opção (assim acredito), que tal conhecer essa alternativa mais de perto?

Das celebridades e dinheiro fácil
Li que somente 3% dos multimilionários da atualidade são celebridades e menos de 10% herdaram o dinheiro que possuem. Aprendi que a riqueza vista nos mais diversos ramos de atuação profissional vem da capacidade de empreender, abrir e criar empresas diferenciadas e da inteligência financeira diante das oportunidades da vida.

Do mundo dos muito ricos
Mordomos, assistentes do tipo “faz tudo” e casas de mais de dez cômodos são coisas que, até hoje, eu só vi na TV. Pobre de mim. São vários os negócios especializados em treinar e certificar profissionais como mordomos, governantas, garços e motoristas de alto nível. Pessoas de excelente trajetória universitária, formação cultural diferenciada e que chegam a ganhar mais de US$ 120 mil dólares por ano lá fora.

“O mordomo perfeito consegue supervisionar trinta prestadores de serviço – dos limpadores de piscina e paisagistas ao instalador de home theater e o tratador de cães. É capaz de administrar um orçamento doméstico anual de US$ 2 milhões e detalhar cada item dele em uma planilha Excel”

Li que metade da riqueza total norte-americana foi criada ao longo dos últimos dez anos. Li também que, em 2004 (pela primeira vez na história), a população de milionários nos EUA ultrapassou em tamanho a da Europa. Aprendi que todo esse crescimento no número de milionários é resultado do surgimento de novas tecnologias, do importante crescimento dos mercados financeiros[bb] e também do fluxo incrível de produtos e informações entre os países.

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Ah, sim, para estar entre o 1% que representa as maiores fortunas norte-americanas, é necessário ter um patrimônio líquido de US$ 6 milhões. A cifra é alta, o desafio idem! Quanto vale a pena perseguir esse objetivo? Quando chegar lá, será que o conseguirmos será suficiente? Confesso, permaneço repleto de dúvidas. Robert, me ajude!

“Embora os ricos de hoje ganhem mais dinheiro do que jamais poderiam imaginar e comprem todas as bugigangas que possam desejar, sentem dificuldade em desfrutar de seu êxito. São jovens demais para se aposentar, motivados demais para relaxar e preocupados demais em continuar no páreo com ‘o cara da vez’ para que consigam viver a célebre vida de ócio”

Do problema de ter muito
Li que a compra desenfreada de artigos de luxo tem sido impulsionada em parte pela pressão dos iguais. Ora, se o desejo de se equiparar ao vizinho acomete as classes média e baixa, por que não haveria de atacar também os ricos? É, caro leitor, aprendi que os ricos (em geral) gastam para mostrar que podem. Será?

Isento-me de qualqer julgamento, fique tranquilo. Alguns exemplos interessantes dos desejos dessa turma: Larry Ellison, o fundador da Oracle, mantém um iate de 454 pés (138 metros). Seu tamanho foi revisto para cima quando ele soube que não seria o maior barco particular do mundo. Enfim, enquanto falamos ele já perdeu para um xeique do Oriente Médio.

Biltmore Estate, nos aredores de Asheville, Carolina do Norte, é a maior residência construída nos EUA, com 255 cômodos distribuídos em mais de 16000 metros quadrados. Algumas quadras de esporte, um cinema, um spa, dois salões de jogos e muitas outras coisas completam o empreendimento.

Da felicidade advinda do dinheiro
A sociedade vive importantes reflexos do enorme crescimento de milionários no mundo. O reflexo positivo fica por conta das chances de também vencer, da possibilidade de brilhar, melhorar seu padrão de vida. A inspiração transforma e o exemplo arrasta, é verdade, mas o reflexo negativo traz a realidade de volta:

“O consumo exacerbado torna os outros habitantes menos felizes, pois a felicidade é definida em grande parte pelo desempenho de cada um em relação àqueles que estão à sua volta. Com tanta gente enriquecendo tanto – e ostentando a prosperidade na TV e em público – os não-ricos contraem um sentimento de inveja, inadequação ou uma combinação de ambos”

Inveja, só se for a “inveja boa”, como dizem alguns amigos meus. Claro, muita gente quer ser rica, muito rica, e não há mal algum nisso. O importante é acreditar e encarar o dinheiro como uma consequência.

O mundo dos ricos descrito por Robert Frank em “Riquistão” traz incríveis novidades ao que julgamos ser o caminho para o sucesso financeiro. Ele também mostra o lado humano dos ricos, as grandes brigas de poder e os insucessos (algo frequente por sinal) dos ultra-ricos.

Deixando de lado o tamanho dos barcos e a quantidade de mordomos ou motoristas que cada milionário tem, aprendi que a viagem até lá começa aqui, hoje, agora, com o primeiro passo. Você vem?

Crédito da foto para stock.xchng.

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