Vivi dias bastante agitados na semana passada. Resolvi negociar e tentar, na base da conversa, alguns descontos e isenções que pudessem de alguma forma refletir no meu poder de consumo – já citamos muitas vezes como os pequenos valores podem fazer uma grande diferença no tempo. Decidi sair da zona de conforto e dar mais um passo importante na consolidação de meu papel de cidadão, consumidor e gestor de minhas finanças.
Antes “ir à luta”, analisei e planejei bem quais seriam as áreas a serem “atacadas”. Analisei o meu dia de forma minuciosa, observando como eu gasto, quais opções normalmente prefiro para o pagamento, quais as alternativas disponíveis, ofertas etc. A meta era poupar o máximo possível sem prejudicar a qualidade do dia e usando apenas o esforço pessoal, a insistência e o poder negociação. O resultado está relatado neste artigo.
Oportunidades por todo lado em um dia típico
Normalmente eu acordo e tomo um simples café em casa. Chegando ao escritório, vou até a lanchonete e tomo um café mais robusto, às vezes pão com manteiga, fruta, leite, pão de queijo etc. Enfim, calculei que gasto em média R$ 4,50 por dia com o café da manhã. Então decidi acordar uma hora mais cedo e em trinta minutos preparei um café reforçado, usando aquilo que já tinha em casa. Mesmo com sono, percebi que o esforço valia a pena. Economizei R$ 4,50.
Não tenho estacionamento no escritório e a diária nos locais próximos fica em média R$ 18,00. Infelizmente nenhum estacionamento aqui por perto tem vaga para mensalista, o que deixaria a mensalidade mais em conta. Como havia acordado mais cedo, consegui sair com boa antecedência rumo ao trabalho.
Incrível como alguns minutos fazem enorme diferença em uma cidade como São Paulo. Cheguei ao escritório, a rua ainda estava vazia e consegui um local perfeito para estacionar, de frente ao escritório, e com ampla visão do segurança que se prontificou a olhar o carro. Interessante, mais R$ 18,00 economizados no dia.
Como trabalhado diretamente com Internet, preciso de banda larga. Mesmo não sendo um serviço de primeira, não existem muitas alternativas de concorrentes que possam oferecer um serviço de melhor qualidade. Pago, em média, R$ 350,00 por TV , Internet e telefone. Com a cara e a coragem, peguei o telefone, liguei no atendimento ao consumidor e disse que gostaria de negociar o preço de minha fatura.
Expliquei que havia recebido algumas outras propostas vantajosas e que gostaria de ter uma contra proposta da operadora para decidir se eu mudava ou não de fornecedor. Após algum tempo de conversa e insistência, consegui uma proposta interessante: durante seis meses vou pagar R$ 275,00 e nos seis meses seguintes o valor passaria para R$ 320,00. Como cheguei a valores mais interessantes, aceitei a proposta. É verdade que precisei de alguns minutos ao telefone, mas consegui economizar R$ 75,00 no pagamento do próximo mês.
Negociar é preciso!
Percebi que na fatura mensal do cartão de crédito apareceu um item curioso: anuidade. Peguei novamente o telefone – ainda um pouco “quente” do tempo em que passei com a operadora de Telecom – e liguei para administradora do cartão.
A negociação não foi fácil. No início, ela propôs aumentar a quantidade de parcelas para pagamento do valor. Não aceitei. Com voz calma, mantive o controle e disse que iria cancelar o cartão, pois já tinha em mãos outras propostas com isenção da cobrança. A conversa mudou e com mais um pouquinho de paciência a isenção foi concedida. Saldo final? R$ 200,00 economizados.
Hora de almoçar. O dia vinha sendo produtivo e pensei que poderia aproveitar o momento para tentar comer algo mais saudável. Resolvi trocar as carnes e massas por mais verduras e uma carne mais magra. Substitui o refrigerante por água. Comi muito bem, fiquei satisfeito e ao pagar gastei R$ 3,00 a menos do que eu pago todos os dias. Além disso, descobri que o restaurante oferece preços mais baixos para quem é mensalista.
Como o leitor deve ter percebido, pequenos valores podem fazer diferença quando observados de forma mais ampla e inteligente. Em um único dia, consegui economizar R$ 300,50 nas despesas para o mês seguinte. Diferente do que alguns pensam, não fiz isso simplesmente deixando de lado a qualidade de vida e sendo pão-duro. Trabalhei as variáveis comuns.
Ora, sempre existe espaço para alinhar os gastos e gastar melhor. Tudo depende de você, do esforço em planejar o orçamento, da força de vontade em fazer valer seus direitos e da disciplina para gerenciar seu fluxo de caixa. Experimente ser mais participativo em relação aos seus gastos, independente de seus valores. Depois nos conte os resultados para que possamos comemorar juntos. Até a próxima.
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