Os queijos produzidos em Autazes (a 113 quilômetros a sudeste de Manaus) e municípios do entorno foram reconhecidos, na terça-feira (10), como a mais nova Indicação Geográfica brasileira.
Com o anúncio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o país chega à marca de 119 registros formalizados – 91 Indicações de Procedência e 28 Denominações de Origem. Essa é a sétima IG do Amazonas e a sétima concedida a produtores de queijo no Brasil.
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O selo, que atesta o controle de origem, rastreabilidade e qualidade é uma conquista fundamental que vai impulsionar a renda da maior bacia leiteira do estado e valorizar o trabalho de mais de 1,5 mil produtores da cadeia do queijo e do leite.
Para alcançar o selo de Indicação Geográfica, os pecuaristas e queijeiros passaram por um intenso processo de capacitação e sensibilização, visando alcançar a adequação sanitária dos locais onde o queijo é produzido.
Desenvolvimento semelhante ao aplicado para a conquista dos selos da Farinha de Uarini, Peixes Ornamentais do Rio Negro, Abacaxi de Novo Remanso, Pirarucu de Mamirauá, Guaraná de Maués e Andirá-Marau (guaraná dos indígenas), outras IGs consolidadas no estado.
O trabalho de estruturação dos “Queijos de Autazes” foi conduzido pelo Sebrae e pela Associação de Produtores dos Queijo de Autazes, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), Fórum Amazonense de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas, além da Prefeitura de Autazes.
Queijarias flutuantes
A produção se destaca pelo queijo coalho bovino, elaborado em queijarias flutuantes. Essa é uma adaptação necessária às variações do nível dos rios, que ao longo do ano alagam as planícies e mudam as rotas de transporte de mercadorias.
Atualmente, o município de Autazes conta com seis fábricas de laticínios, seis queijarias flutuantes e nove queijarias com Serviço de Inspeção Estadual (SIE), com mais 14 em processo de obtenção do selo.
Na manipulação do leite, entram as exigências de equipamentos específicos para operação dentro da conformidade, além da condição da água, manuseio e fluxo de pessoas nos locais de produção.
Toda essa expertise foi oferecida aos produtores por meio do Sebraetec, programa do Sebrae que subsidia até 70% do custo de serviços tecnológicos e de inovação, visando à melhoria de processos e produtos.
Para Hulda Giesbrecht, coordenadora de Negócios de Base Tecnológica do Sebrae, a conquista dos produtores de Autazes vai contribuir para impulsionar os negócios da região.
“O registro da IG tem o poder de induzir o crescimento de toda a cadeia produtiva e aquecer a economia da região, gerando empregos mais qualificados e com melhor remuneração, além de abrir portas para novos mercados”, comenta.