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Quem paga mais dividendos: ações ou FIIs?

Vamos entender como analisar o retorno de ativos que pagam dividendos. Isso é essencial, pois muitas pessoas analisam de forma errada

por Ricardo Figueiredo
3 min leitura
Ricardo Figueiredo

Uma das dúvidas que mais recebo em minhas redes sociais é essa:

“Quero montar uma carteira de dividendos. Devo ter uma carteira de ações ou de fundos imobiliários?”

Bom, decidi analisar os dados para responder esta pergunta de uma vez por todas.

Já adianto que a resposta não é tão óbvia.

Antes de tudo, vamos entender como analisar o retorno de ativos que pagam dividendos. Isso é essencial, pois muitas pessoas analisam de forma errada.

A primeira coisa que você precisa ter em mente é saber que existe uma coisa chamada “retorno total”. Basicamente, o retorno total é uma medida que inclui tanto os ganhos de capital quanto os rendimentos recebidos de um investimento ao longo de um determinado período. No contexto de fundos imobiliários, no geral o retorno total leva em consideração amortizações e dividendos. O cálculo é simples: basta somar o preço final com os rendimentos e dividir pelo preço inicial.

O motivo de eu explicar isso é porque muitos investidores acabam esquecendo de contabilizar os dividendos no seu retorno, e o preço de tela no homebroker é o preço já descontado dos dividendos (lembrando que o dividendo é também descontado do preço da ação/cota, algo que muitos investidores não sabiam).

Com isso explicado, podemos começar a comparar fundos imobiliários com ações.

Para tal comparação, iremos utilizar dois índices de retorno total, ou seja, índices que já contabilizam os rendimentos na valorização.

Para o mercado de fundos imobiliários, utilizaremos o IFIX, o principal índice que busca melhor refletir o desempenho dos principais FIIs da bolsa de valores.

Para ações, utilizaremos o IDIV, índice de ações que mede o desempenho das ações de empresas conhecidas por sua política de distribuição de dividendos.

Considerando o período entre 31/12/2010 e 24/07/2024, temos um retorno total acumulado do IFIX de 238,15%, enquanto o IDIV trouxe 246,97% no mesmo período.

Um investidor iniciante olharia para isso, e provavelmente investiria no que traria mais retorno. Entretanto, uma das coisas mais fundamentais ao se analisar um investimento, é entender o quanto de risco esse investimento trouxe. Geralmente, utilizamos a volatilidade para abordar essa relação entre risco e retorno.

Entenda volatilidade como uma medida que irá indicar o grau de variação dos preços de um ativo. Quanto maior a volatilidade, mais ele chacoalha.

Adicionando essa medida no mesmo período, vemos uma volatilidade anualizada no IFIX de 7,8%, enquanto o IDIV trouxe 21,94% de volatilidade.

Veja que, quando utilizado essa relação entre risco e retorno, observa-se que um investidor em ações, no geral, teve muito mais “emoção” do que o investidor em FIIs.

Note que, para alguém que quer montar uma carteira de dividendos, provavelmente ela busca uma renda de forma mais linear e com menos variações no seu patrimônio.

Mas vamos adicionar também mais uma variável em nossa análise: o Dividend Yield, ou seja, o dividendo pago em relação ao preço. Afinal, se você busca por uma carteira de dividendos, precisa saber qual traz a melhor renda.

Estruturalmente, fundos imobiliários terão um Dividend Yield maior do que ações. Isso porque eles são obrigados por lei a distribuir 95% do seu lucro-caixa no semestre – o que não é verdadeiro para as ações.

A decisão de distribuir ou não dividendos é feita pelo conselho de administração de cada empresa e depende de vários fatores, incluindo a política de dividendos da empresa, a saúde financeira, os planos de crescimento e expansão, e as necessidades de reinvestimento.

Além disso, quando olhamos para a distribuição de dividendos em FIIs, vemos algo mais linear e programado. Muitos dos gestores entenderam que é uma boa prática trazer uma linearidade e previsibilidade na renda. Note ainda que a obrigação na distribuição é no semestre, mas normalmente os FIIs distribuem mensalmente. Nas empresas listadas em bolsas, não vemos tal previsibilidade, dado que os resultados podem variar bastante de um ano para o outro.

Dito isso, podemos assumir que uma carteira somente com fundos imobiliários é o suficiente para quem quer ter uma renda?

A resposta é: não!

Não é uma coisa ou outra, mas sim uma coisa e outra. A diversificação é um fator importante para uma carteira, principalmente para quem quer constituir um patrimônio robusto. Assim como uma cadeira precisa de 4 pernas para ficar em pé, você não deveria ter uma renda que venha apenas de uma fonte.

Quem investe na Carteira de Renda da Finclass, por exemplo, divide seu patrimônio em renda fixa, ações e fundos imobiliários. Cada uma das classes possui peculiaridades que, quando combinadas, trazem mais segurança e robustez para a sua vida financeira. E claro, analisando cada um dos ativos da maneira correta.

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