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Raízen e São Martinho têm perdas com queimadas; veja o impacto

Perdas totais do setor, o impacto financeiro deve ser de até R$ 350 milhões aos produtores de cana-de-açúcar em função das queimadas

por Redação Dinheirama
3 min leitura
Cana-de-açúcar, perdas, queimadas, São Martinho

 A Raízen (RAIZ4) confirmou em nota ao Estadão/Broadcast enfrentar incêndios no Estado de São Paulo que afetam, além de suas áreas de produção, as de fornecedores de cana e de outros grupos sucroenergéticos. A origem dos incêndios ainda é desconhecida e o cenário é agravado pela longa estiagem, baixa umidade do ar, ação dos ventos e altas temperaturas, segundo a companhia.

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A empresa informou que todo o efetivo da brigada de incêndio da Raízen está mobilizado no combate aos focos, com o apoio de aeronaves e a colaboração do Corpo de Bombeiros.

“Devido à gravidade da situação, estamos utilizando todos os recursos disponíveis para controlar os incêndios e minimizar os danos”, afirmou a companhia na nota.

No comunicado, a Raízen reforçou seu compromisso com a preservação ambiental, afirmando não realizar a queima de cana e que segue o Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, assinado com o governo de São Paulo em 2017. O protocolo visa a extinção da queimada como método de colheita, pois a queima da cana compromete a qualidade do produto e a integridade dos solos.

“A cana queimada perde qualidade e se torna inadequada para o processamento, além da perda de matéria orgânica dos solos”, disse.

A companhia também emitiu um alerta para a população, destacando a importância da conscientização para prevenir e controlar incêndios. As orientações incluem não arremessar bitucas de cigarro acesas nas estradas, evitar a queima de mato e a realização de fogueiras, e a não utilização de fogo para limpeza de terrenos. O tempo seco, as altas temperaturas e os fortes ventos são fatores que intensificam o risco de alastramento do fogo.

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Os casos de incêndio no interior de São Paulo afetam diversas companhias do setor sucroenergético com operação no Estado, principal polo produtor de cana-de-açúcar do País. Na sexta-feira, 23, a São Martinho (SMTO3) também havia confirmado a ocorrência de incêndio em canaviais.

Perdas de R$ 350 milhões

Neste domingo, em entrevista ao Estadão/Broadcast, o CEO da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), José Guilherme Nogueira, relatou que 59 mil hectares de áreas plantadas com cana foram queimadas no Estado entre sexta-feira e sábado (24).

Segundo ele, o impacto financeiro deve ser de até R$ 350 milhões aos produtores de cana-de-açúcar em função das áreas atingidas pelo fogo entre sexta-feira e sábado (dias 23 e 24).

O cálculo da Orplana leva em consideração a perda da produtividade das regiões com incêndios. A entidade estima que a produtividade deve cair de mais 100 quilos por hectare de cana nessas áreas para, aproximadamente, 40 quilos por hectare. Ele ressaltou que a quebra de produtividade já era significativa antes dos incêndios, com uma redução de 30% na temporada 2024/25, que agora pode chegar a 60% devido aos danos.

O CEO da Orplana também destacou que o impacto das queimadas é ampliado pela deterioração da cana após o fogo. “A cana que pega fogo começa a deteriorar após quatro, cinco, sete dias”, explicou Nogueira. Esse processo compromete ainda mais a capacidade de colheita e a qualidade da cana moída, agravando os prejuízos financeiros dos produtores.

Nogueira informou que foram registrados 305 novos focos de incêndio no sábado, com cerca de 3.600 focos na sexta-feira, uma quantidade “10 vezes maior” do que no igual período do ano passado. A umidade relativa do ar extremamente baixa e as altas temperaturas contribuíram para a propagação dos incêndios. As principais ocorrências de incêndio entre quinta e sexta-feira se deram nas regiões de Olímpia e São José do Rio Preto. Já no sábado, destacou o CEO da Orplana, as novas ocorrências foram, principalmente, nas áreas de Sertãozinho e Cajuru.

O monitoramento da Orplana aponta que há melhoria das condições nas regiões onde os incêndios ocorreram, em função das chuvas em cidades como Piracicaba, Monte Aprazível, Ribeirão Preto e Cajuru desde o último sábado. Além disso, a Orplana colabora com o governo estadual em um gabinete de crise, mobilizando caminhões-pipa e recursos para controlar os incêndios.

Nogueira enfatizou a necessidade de um plano de ação estruturado para enfrentar as queimadas.

“Precisamos de linhas de financiamento mais baratas para a compra de caminhões-pipa e um aumento no efetivo de 1bombeiros”, disse. Ele também destacou a necessidade de um plano de ação mais robusto, que, em sua visão, poderia se inspirar em modelos internacionais como os de Portugal e Califórnia, para enfrentar a crescente frequência e intensidade dos incêndios.

Para o CEO da Orplana, a crise atual é exacerbada por uma combinação de fatores climáticos e atividades humanas. “A onda de calor, causada pelas mudanças climáticas e pelo aumento da temperatura global, tem tornado as secas mais intensas e severas”, disse. Ele enfatizou que “esses eventos, que antes eram raros, agora são frequentes e críticos”, com a umidade relativa do ar extremamente baixa e temperaturas altíssimas.

Os incêndios também têm sido amplificados por práticas humanas imprudentes. “Atividades como jogar bitucas de cigarro na beira de estrada ou atear fogo próximo a áreas secas são frequentemente responsáveis pelos focos de incêndio”, explicou. Ele enfatizou que “a grande maioria dos incêndios é causada por atividades humanas”, destacando a importância de conscientização e medidas de prevenção.

(Com Estadão Conteúdo)

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