Em meio às expectativas do tradicional “rali de final de ano” no mercado financeiro, a Guide Investimentos apresenta uma análise cautelosa sobre as projeções para o Ibovespa (IBOV) em dezembro. O analista Mateus Haag destaca que, historicamente, dezembro é considerado o melhor mês do ano para o índice, mas adverte sobre a necessidade de prudência ao investir com base nessa tendência.
“Apesar dos últimos meses do ano terem um retorno médio histórico maior, a diferença com os demais meses não é estatisticamente significante. Em nossa visão, investir com base nesta evidência representa um risco elevado”, afirma Haag. A Guide Investimentos ressalta a importância de considerar a volatilidade do mercado e evitar decisões precipitadas baseadas apenas em padrões históricos.
Perspectivas
A análise da Guide mantém uma perspectiva positiva para o Ibovespa nos próximos 6 a 12 meses. Entre os fatores que fundamentam essa visão, estão o valuation atrativo do índice, a redução das taxas de juros no Brasil, o término do ciclo de alta nos EUA, o crescimento robusto dos lucros das empresas nos últimos trimestres e as expectativas de crescimento para 2024.
Haag destaca a média de retorno do Ibovespa por mês desde 1995, observando que, historicamente, dezembro apresenta um retorno médio mais elevado, atingindo 4%. Contudo, o analista ressalta a exclusão de meses mais voláteis da amostra, considerando eventos inesperados que poderiam distorcer os resultados. O “Joesley day” em maio de 2016 e o ataque às torres gêmeas em setembro de 2001 são exemplos citados.
A projeção da Guide Investimentos sugere que, se o padrão histórico se confirmar e o Ibovespa registrar um aumento de cerca de 4% em dezembro de 2023, o índice atingiria aproximadamente 131 mil pontos, marcando uma máxima histórica.
O que comprar?
Nesse contexto, Haag aponta nomes de empresas que podem se beneficiar, destacando aquelas mais sensíveis ao ciclo de corte de juros, como Yduqs (YDUQ3), Arezzo (ARZZ3), Ecorodovias (ECOR3) e Rede Dor (RDOR3), além de empresas com maior capitalização de mercado, como os bancos.