A joint venture entre Rede D’Or (RDOR3) e a Atlântica Hospitais, subsidiária do Bradesco Seguros, configura uma “fusão disfarçada” entre as empresas, criando um forte alinhamento estratégico no mercado de saúde privado, avalia o BTG Pactual em um relatório publicado nesta terça-feira (22). A parceria, chamada Atlântica D’Or, já conta com quatro hospitais operacionais e outros dois em construção, com planos de expansão em diversas regiões estratégicas.
Os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Marcel Zambello afirmam que a união das operações, anunciada em maio do ano passado, amplia a participação de mercado em regiões-chave, enquanto reduz riscos na maturação dos ativos. “Esse forte alinhamento pode levar a muitos projetos adicionais de expansão para a joint venture, implicando uma possível fusão disfarçada dos grupos”, observaram os analistas. A Rede D’Or permanece como a principal recomendação do BTG no setor de saúde.
De acordo com o relatório, o negócio valida o sólido alinhamento entre a Rede D’Or e o Bradesco. A SulAmérica, integralmente controlada pela Rede D’Or, e o Bradesco juntas possuem 6,64 milhões de membros de saúde, ou cerca de 13% do mercado de saúde privado do Brasil e 22% dos prêmios.
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Veja o que o BTG disse sobre a Rede D’Or
• Alinhamento estratégico entre Rede D’Or e Bradesco Seguros. A Atlântica D’Or já opera quatro hospitais e tem dois em construção. “Essa parceria valida o sólido alinhamento entre a Rede D’Or e o Bradesco, abrindo espaço para novos projetos de expansão conjunta”, destaca o relatório.
• Presença robusta no mercado de saúde privado. Com a SulAmérica e o Bradesco, as empresas controlam 13% do mercado de saúde privado no Brasil e 22% dos prêmios de seguros. “Essa sinergia é essencial para o fortalecimento da joint venture”, afirmaram os analistas.
• Exemplos regionais reforçam a tese. No projeto de Ribeirão Preto, o Bradesco detém 4,5% de participação de mercado, enquanto a SulAmérica não está entre os 10 maiores players. “A presença significativa do Bradesco reduz os riscos do processo de maturação do ativo”, explicaram os analistas.
• Benefícios para outras empresas do grupo. O Fleury (FLRY3) pode ser um dos maiores beneficiados pela parceria, com oportunidades de novos contratos para diagnósticos nos hospitais da Atlântica D’Or. “O aumento da demanda por exames e análises clínicas impulsiona os serviços de diagnóstico B2B na região de Campinas“, afirmaram.
• Impacto da aquisição estratégica em Campinas. Após a formação da Atlântica D’Or, o Fleury adquiriu a Confiance Medicina Diagnóstica, com 25 unidades na região de Campinas. “Acreditamos que essa aquisição tem ainda mais valor estratégico após a aliança entre o Bradesco e a Rede D’Or”, disse o relatório.
• Expansão vai além da Atlântica D’Or. O Bradesco tem parcerias com outros fornecedores hospitalares, como o Hospital Albert Einstein e Mater Dei. No entanto, “o movimento com a Rede D’Or é, de longe, o projeto mais ambicioso da empresa”.
• Forte execução operacional da Rede D’Or. Os analistas elogiaram a execução da Rede D’Or, destacando “um sólido momento de resultados, potenciais fusões e aquisições, e um robusto programa de recompra de ações”.
• Avaliação atrativa. O valuation da Rede D’Or, avaliada em 13,5x P/L ajustado 2025, é considerado competitivo em relação a outros players de alta qualidade no Brasil. “Isso reforça nossa recomendação de compra para a RDPOR3”, afirmaram.
• Projetos futuros impulsionam o setor. A joint venture serve como um modelo para expansão no setor de saúde brasileiro, com potencial para consolidar a Rede D’Or como líder do mercado.
• Conclusão do BTG Pactual. “Vemos a Rede D’Or como uma combinação única de fundamentos sólidos, execução impecável e um valuation atrativo, posicionando-a como nossa principal recomendação no setor”, concluíram Alves, Cesquim e Zambello.