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Resultado da Localiza foi “estranho, fraco e altamente poluído”

Os números foram abalados por provisões para ajustes ao valor recuperável, depreciação adicional e efeitos da crise no RS

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Localiza

O resultado do segundo trimestre da Localiza (RENT3) não foi bem recebido pelos analistas do BTG Pactual. Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi avaliam o balanço como “estranho, fraco e altamente poluído”.

Os números foram abalados por provisões para ajustes ao valor recuperável, depreciação adicional e efeitos da crise no Rio Grande do Sul (que podem ser chamados de “impairment do valor da frota”).

A receita líquida foi de R$ 9 bilhões. alta de 32% e em linha com o esperado, enquanto o Ebitda esteve em R$ 2,4 bilhões, estável na passagem anual e 17% abaixo do estimado.

O BTG destaca que o Ebitda foi impactado em R$ 386 milhões, incluindo: R$ 112 milhões relacionados a um ajuste no valor recuperável da frota (incluindo carros de uso pesado e batidos) e impairment; R$ 171 milhões em ajustes ao valor recuperável dos carros disponíveis para venda; e R$ 103 milhões relacionados aos impactos na frota e na rede de serviços devido às enchentes do RS.

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Ajustando esses efeitos, o Ebitda ajustado foi de R$ 2,8 bilhões, alta de 11%.

Por fim, o lucro líquido foi negativo em R$ 570 milhões, impactado pelos mesmos eventos que atingiram o Ebitda, além de depreciação adicional (comparada ao primeiro trimestre de 2024) no valor de R$ 1,4 bilhão.

“Tentando ajustar o lucro líquido por todos esses impactos, e usando uma alíquota de 34%, calculamos que o lucro líquido ajustado da Localiza foi de aproximadamente R$ 600 milhões (+43% ano a ano e 3% abaixo de nós). Esperamos que eles detalhem esses ajustes no evento público de quarta-feira”, ressaltam os analistas.

A Localiza marcou um webcast para 9h. O material de apresentação já está disponível.

E as ações da Localiza?

Com o impairment maior do que o esperado, o mercado pode não gostar disso, observa o BTG.

“Após discutir isso extensivamente com muitos investidores, acreditamos que o mercado ainda foi pego de surpresa pelo ajuste significativo da empresa no valor recuperável no segundo trimestre, especialmente em termos de sua magnitude (3,4% do limite de mercado e 3,5% do valor da frota)”, explicam Marquiori, Recchia e Arazi.

Para eles, essa surpresa irá causar uma reação negativa no curto prazo. Apear disso, empresa começou a fornecer informações sobre tendências futuras de depreciação, o que aborda uma preocupação significativa em relação às ações.

“Apesar da falta de confiança dos investidores na empresa nos últimos meses, achamos essa orientação valiosa. Apesar de antecipar uma reação negativa do mercado aos resultados ruins e altamente poluídos, compramos a trajetória de melhoria do spread do ROIC para sustentar nossa classificação de compra nas ações”, concluem. O preço-alvo foi mantido em R$ 78.

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