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A revolução das sardinhas na bolsa de valores

por André Massaro
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A revolução das sardinhas na bolsa de valores

Antes de qualquer coisa, um pouco de contexto para aqueles “não iniciados” no mundo da bolsa de valores: “Sardinha” é o nome que se dá, no jargão dos participantes do mercado financeiro, ao pequeno investidor, em oposição ao que seria o “tubarão” (que representa o grande investidor).

“Sardinha” deveria significar, apenas, um pequeno investidor (e, daqui a pouco, vamos tentar definir o que é “pequeno”). Mas é comum, também, se usar a expressão “sardinha” de forma depreciativa, para designar o investidor ou trader iniciante, iludido, incauto e desavisado. Enfim, aquele investidor meio “mané”.

A propósito, leia aqui: Como não ser uma “sardinha” na bolsa

Mas vamos fazer justiça a esses pequenos peixes! Afinal, ser menor não é sinônimo de ser inferior e é possível (porque não?) ser uma sardinha esperta!

Leia também: Vale a pena ter conta digital? Quais as vantagens?

A tal “recuperação em V” da bolsa

No momento em que escrevo estas palavras, o índice principal da nossa bolsa (o Índice Bovespa) já ensaia se aproximar de sua máxima histórica, cravada antes da “pancadaria” nos mercados financeiros, desencadeada pela pandemia do coronavírus.

Nos EUA, acontece a mesma coisa e os índices principais estão próximos de uma recuperação total. E o mais notável é que, tanto lá quanto aqui, esse movimento está sendo impulsionado com uma providencial ajuda dos investidores individuais… As sardinhas!

Parece que, desta vez, são as sardinhas que estão botando os tubarões para correr (ou nadar…).

Por que os investidores sardinhas partiram para o ataque?

O que motiva esse grande cardume, aqui no Brasil, são as taxas de juros. Se elas já estavam pouco atrativas antes da pandemia, agora ficaram pior ainda. E jogaram um balde de água fria definitivo nos retornos fartos e seguros da renda fixa.

Os investidores brasileiros estão tentando obter, na renda variável, os mesmos retornos (ou mesmo superiores) aos que tinham na renda fixa “de antigamente”.

Já nos EUA, o que está servindo de combustível para as sardinhas são os grandes estímulos do governo. Além das intervenções diretas que o governo tem feito no mercado, tem o fato de que, nos EUA, o auxílio emergencial à população é mais amplo e menos restritivo que aqui. E uma boa parte desse dinheiro tem ido para a bolsa, especialmente em operações especulativas de curto prazo (como o day trade) e com alavancagem.

As sardinhas estão ficando agressivas!

Leia também: Como sair do Endividamento ao Investimento?

O que define um investidor sardinha?

A definição mais óbvia (e que deveria ser a única) é o patrimônio. O predador das sardinhas é o tubarão, que é o animal usado para representar os investidores institucionais, como grandes fundos, e as tesourarias das instituições financeiras.

Então, é difícil um investidor individual não ser uma sardinha, pois estamos falando de volumes de dinheiro REALMENTE grandes. Uma pessoa com patrimônio de dezenas (ou mesmo centenas) de milhões de reais é, ainda assim, uma sardinha (ainda que uma “sardinha gorda”), pois aqui, o parâmetro de comparação são os tubarões, com bilhões (ou dezenas de bilhões) de reais.

Mas existe aquela definição pejorativa, que não é associada ao patrimônio (dessa a gente não escapa!), mas sim a um “estado de espírito”. É o investidor iniciante e despreparado que, com grande probabilidade, vai acabar virando comida de tubarão.

É a sardinha “no mau sentido”.

Ouça: Podcast da Grão: Quebre a Caixa, fure a bolha

Como não ser uma sardinha (no mau sentido)

Assumindo que você, leitor, seja uma pessoa dentro de uma “faixa de normalidade patrimonial”, eu diria, sem muito medo de errar, que você é uma sardinha, e sempre será. Mas é a sardinha “no bom sentido”, de investidor que tem menos volume de dinheiro (inclusive, isso pode ter vantagens, mas fica para um outro artigo).

A questão aqui é como não ser sardinha no mau sentido – no sentido de ser um investidor incauto.

Então, algumas dicas:

Investidor sardinha, valorize a educação:

A dica mais óbvia e “batida” de todas: estude, aprenda, leia e se informe.

Procure entender os conceitos fundamentais do mercado, e não apenas as ferramentas e técnicas. Ferramentas e técnicas são importantes, mas, quando elas falham, você precisa entender o funcionamento básico do mercado para sair de enrascadas.

Investidor sardinha, não ande em bando:

O fato de ser uma sardinha não significa que você deva andar com o resto do cardume.

Lembre-se que o mundo da renda variável é apoiado na falta de consenso. Em toda transação, na bolsa de valores, temos alguém que vai ficar feliz e alguém que vai se frustrar.

Se você quer ter sucesso no mundo da renda variável, terá que ir contra a maioria e, às vezes, fazer coisas contraintuitivas. Não se junte a bandos e nem siga líderes. Faça seu próprio caminho.

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Investidor sardinha: Não seja reativo

Um grande problema do investidor sardinha “no mau sentido” é não ter uma estratégia ou um método de investimento. O investidor sardinha típico é aquele que busca dicas e tenta se orientar por notícias que, quando são publicadas, já são velhas…

Ele está sempre reagindo aos movimentos do mercado e mudando de posição a cada nova dica ou a cada nova notícia. O investidor sardinha é aquele que pula de galho em galho (como assim?!? Um peixe?!?) e é inconsistente.

E a consistência é uma das características do investidor de sucesso.

Foto de energepic.com no Pexels

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