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Home Economia Riscos ao crescimento da zona do euro estão se materializando e justificam cautela do BCE, diz Centeno

Riscos ao crescimento da zona do euro estão se materializando e justificam cautela do BCE, diz Centeno

O BCE elevou as taxas de juros em cada uma de suas reuniões nos últimos 13 meses, levando sua taxa de depósito de um território profundamente negativo para 3,75%, o maior valor em mais de duas décadas

por Reuters
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Centeno

 O Banco Central Europeu precisa ser muito cauteloso em relação a qualquer novo aperto da política monetária uma vez que o crescimento econômico da zona do euro tem sido mais fraco do que o esperado nos últimos meses, e muito já foi feito, disse o membro do BCE Mario Centeno nesta quarta-feira.

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O BCE está discutindo se deve aumentar os juros novamente em setembro para combater o crescimento dos preços subjacentes ou se deve fazer uma pausa, dada a perspectiva de enfraquecimento que agora está aumentando os temores de recessão.

“Precisamos ser muito cautelosos em nossas decisões, porque muito já foi feito”, disse Centeno ao Reuters Global Markets Forum. “E também porque sabemos que, mesmo após uma pausa, as condições de aperto financeiro permanecerão.”

O BCE elevou as taxas de juros em cada uma de suas reuniões nos últimos 13 meses, levando sua taxa de depósito de um território profundamente negativo para 3,75%, o maior valor em mais de duas décadas.

Embora Centeno não tenha dito para qual lado está inclinado para a reunião de setembro, ele argumentou que, mesmo que o banco faça uma pausa, seria um erro dizer que já terminou.

“Só terminaremos quando a inflação estiver em uma trajetória que nos leve à marca de 2%. Portanto, precisamos deixar bem claro que esse é um processo contínuo”, disse Centeno.

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Em mais de 5%, a inflação já caiu pela metade desde o outono passado (no hemisfério norte), mas a alta dos preços ainda é estimada acima da meta de 2% do BCE até 2025, mesmo que uma rápida desinflação esteja em andamento, o que pode reduzir a taxa para menos de 3% até o final do ano.

Ainda assim, Centeno minimizou uma das principais preocupações de seus pares: a de que um mercado de trabalho excepcionalmente apertado poderia aumentar as pressões sobre os preços e, na verdade, impedir que a inflação caia para 2%.

Ele disse que o mercado de trabalho está exibindo um tipo de flexibilidade inédita nunca antes registrada, de modo que a contribuição para a inflação também pode ser mais benigna, já que o desemprego de longo prazo está em baixa, as taxas de participação estão mais altas e o mercado de trabalho está mais inclusivo.

“O mercado de trabalho na Europa está se comportando de uma forma inédita… Vejo um grau de flexibilidade no mercado de trabalho europeu que não estávamos acostumados a ver no passado”, disse Centeno. “Isso aliviará as pressões salariais em nosso mercado de trabalho, ao contrário do que (estávamos acostumados) no passado.”

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