O ex-vocalista e um dos fundadores da banda de rock Pink Floyd Roger Waters recebeu a Medalha Pedro Ernesto na manhã da sexta-feira (27), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A homenagem é a principal concedida pela casa legislativa e foi uma iniciativa da vereadora Monica Benício (PSOL).
A parlamentar destacou que Roger Waters se tornou um amigo e companheiro de luta após o assassinato de sua mulher, a ex-vereadora Marielle Franco, em 2018. Monica Benício classificou Waters como uma figura emblemática na luta por direitos humanos e justiça social.
“Esse homem não é apenas um artista consagrado e uma lenda do rock, mas também um ativista incansável”, afirmou. “Roger é um grande companheiro da luta por justiça para Marielle e pelos direitos humanos. Ele compreende que a paz não é apenas a ausência da guerra, mas a presença de justiça, igualdade e liberdade”.
O encontro foi realizado com discrição na sede da Câmara Municipal. No início do evento, a vereadora pediu que os presentes não divulgassem fotos ou vídeos da entrega antes de seu término, por uma medida de segurança. Na plateia, estavam defensores de direitos humanos de diversas organizações, que puderam dialogar com o roqueiro britânico.
Roger Waters ficou comovido com a premiação e declarou que estar com mães, professores, defensores dos direitos humanos e ativistas de favelas era emocionante.
O cantor disse que vai homenagear a ex-vereadora Marielle Franco em seu próximo show, no Rio de Janeiro, no sábado (28), e revelou que sua mãe foi uma grande inspiração em sua luta pelos direitos humanos e o ensinou que era preciso recorrer à leitura para tomar decisões difíceis.
“Ela me disse que a partir daí, já teria feito a parte mais difícil e depois viria a parte mais fácil, fazer a coisa certa! Minha mãe já faleceu há muitos anos, mas carrego esse presente comigo até hoje. Todo dia 31 de dezembro, à meia-noite, eu faço a mesma resolução de ano novo de continuar dando o meu melhor. Eu posso até falhar, mas farei isso, em memória da minha mãe”.
O músico avalia que o mundo inteiro está diante de uma encruzilhada, e que é preciso retornar à leitura da Declaração Universal dos Direitos Humanos e sonhar com um futuro em que os direitos humanos sejam respeitados em todas as nações e para todas as pessoas, independentemente de etnia, religião ou nacionalidade.
“Minha tarefa é muito mais fácil por causa de vocês. Então, eu agradeço do fundo do meu coração a vocês e por estar aqui hoje”, disse Waters aos presentes.