As ações da Rumo (RAIL3) têm um potencial de 37,7% e você tem pelo três motivos para comprá-las, argumenta o BB Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (26).
O analista Luan Calimério sustenta a sua recomendação pela combinação de expansão de infraestrutura, aumento de capacidade operacional e forte demanda global por grãos. O preço-alvo é de R$ 28 para o final de 2025.
“O potencial de crescimento do agronegócio brasileiro na produção global de grãos e o desenvolvimento do transporte ferroviário no Brasil são fatores que posicionam a Rumo de maneira favorável”, ressalta Calimério.
A Rumo possui uma base de clientes diversificada, incluindo grandes empresas de trading de grãos como Bunge, Cargill, ADM e Amaggi, petroleiras e distribuidores de combustíveis como Petrobras (PETR3; PETR4) e Raízen (RAIZ4), além de indústrias como Votorantim, Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11).
A análise do BB identifica três pilares principais na tese de investimento da Rumo:
1 – Expansão da Malha Norte
O projeto de construção da primeira ferrovia privada do Brasil, com aproximadamente 740 km, ligará a Malha Paulista ao município de Lucas do Rio Verde, passando por Rondonópolis/MT e Cuiabá/MT.
“Trata-se do pilar mais importante, em nossa visão, da tese de investimento da Rumo”, destaca Calimério.
2 – Acréscimo de volume transportado
O projeto de expansão tem capacidade de adicionar aproximadamente 40 bilhões de TKU/ano ao volume transportado pela Rumo, começando com 5 bilhões em 2026 e crescendo até atingir a maturidade em 2035. Este cenário poderia adicionar cerca de R$ 15 bilhões ao valor justo da companhia, ou R$ 9 por ação.
“Estimamos que o projeto pode adicionar aproximadamente 40 bilhões de TKU/ano ao volume transportado pela companhia, iniciando com aproximadamente 5 bilhões em 2026”, afirma o analista.
No entanto, devido aos riscos envolvidos, o cenário base considera a incorporação de 50% desse potencial, resultando em R$ 4,50 por ação.
3 – Expansão no Porto de Santos
Em março, a Rumo anunciou um novo terminal para elevação de grãos e fertilizantes no Porto de Santos, em parceria com a Empresa Brasileira de Terminais Portuários – Embraport, com prazo estimado de 30 meses.
“O novo terminal poderá aumentar a capacidade da Rumo em até 12,5 milhões de toneladas/ano, sendo 9 milhões de grãos e 3,5 milhões de fertilizantes”, destaca Calimério.
Embora os números em si tenham pouco efeito material imediato, estrategicamente, essa expansão combinada com a Malha Norte pode aumentar a competitividade da Rumo e destravar outros investimentos futuros.