A negociação de capacidade da Rumo (RAIL3) neste ano pode ser comparada a um jogo de pôquer entre a empresa e suas principais clientes, as tradings.
A aposta das tradings em volumes mais baixos ou custos logísticos menores levou a Rumo a entrar em 2025 com menos contratos take-or-pay. No entanto, dados recentes sugerem que a Rumo pode estar saindo na frente.
O aumento de 24% nos preços do frete rodoviário em rotas-chave de Mato Grosso, aliado à revisão para cima da safra de soja pelo IMEA e ao aumento dos preços dos combustíveis, fortalece a competitividade do transporte ferroviário.
Esses fatores corroboram a tese da Rumo sobre a atratividade de seus contratos de frete ferroviário.
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Para o BTG Pactual (BPAC11), a Rumo continua sendo a principal escolha no setor de infraestrutura, com a resolução do dilema de precificação deste ano sendo crucial para uma reavaliação positiva das ações. A empresa parece ter recebido “cartas vencedoras” no jogo estratégico com as tradings.
Veja o que a BTG Pactual disse sobre a Rumo
• Alta nos preços do frete rodoviário favorece Rumo. Os preços do frete rodoviário nas principais rotas de Mato Grosso subiram 24% no ano até agora, aponta o BTG Pactual. O aumento é impulsionado pelo avanço na colheita de soja, que atingiu 15% de conclusão após atrasos causados por chuvas intensas. Esse cenário fortalece a competitividade do transporte ferroviário, beneficiando a Rumo diretamente.
• Revisão da safra de soja reforça posição da Rumo. A revisão para cima da safra de soja 2024/25 pelo Imea amplia a demanda por transporte eficiente, destaca o relatório. Com a produção agrícola em alta, os produtores buscam alternativas mais econômicas e sustentáveis, como o transporte ferroviário. Isso reforça a posição estratégica da Rumo no mercado logístico brasileiro.
• Combustíveis mais caros intensificam vantagem ferroviária. O aumento recente nos preços dos combustíveis favorece ainda mais o transporte ferroviário, explica o BTG. Com o diesel mais caro, o custo-benefício do transporte rodoviário diminui, tornando o modal ferroviário mais atrativo. Atualmente, o frete na rota Rondonópolis-Santos está em R$335, contra R$290 em dezembro, evidenciando a pressão nos preços rodoviários.
• Negociações refletem jogo estratégico com tradings. A postura das tradings em relação aos contratos take-or-pay reflete um jogo estratégico de risco, avalia o BTG. As tradings apostaram em volumes mais baixos ou custos logísticos reduzidos, mas os dados recentes indicam que a Rumo pode estar ganhando a partida. A competitividade do transporte ferroviário é um trunfo importante nesse cenário.
• Rumo lidera recomendações no setor de infraestrutura. Rumo permanece nossa principal escolha no setor de infraestrutura, reitera o BTG Pactual. Resolver o dilema de precificação em 2025 será essencial para uma possível reavaliação das ações. Com fatores como o aumento do frete rodoviário e a competitividade ferroviária, a Rumo está bem posicionada para capitalizar ganhos e atrair investidores.