A Rússia está exigindo que a Ucrânia entregue todas as pessoas ligadas a atos terroristas cometidos na Rússia, incluindo o chefe do Serviço de Segurança SBU do país, disse o Ministério das Relações Exteriores neste domingo.
Um comunicado do ministério russo listou incidentes violentos que ocorreram na Rússia desde que as forças do Kremlin invadiram a Ucrânia em fevereiro de 2022, incluindo atentados que mataram a filha de um nacionalista proeminente e um blogueiro de guerra, e outro incidente em que um escritor ficou gravemente ferido.
O documento afirmou que a investigação dos incidentes mostrou que “os vestígios destes crimes levam à Ucrânia”.
“A Rússia entregou às autoridades ucranianas as suas exigências… para a prisão imediata e extradição de todos aqueles ligados aos atos terroristas em questão”, afirmou o comunicado.
O comunicado do ministério disse que entre os que deverão ser entregues está o chefe da SBU, Vasyl Maliuk, que reconheceu que seu serviço estava por trás dos ataques à ponte que liga a Crimeia ao continente russo desde a invasão da Ucrânia pelo Kremlin em fevereiro de 2022.
A Rússia assumiu o controle da Crimeia em 2014 e a ponte foi construída após a anexação da região.
“O lado russo exige que o regime de Kiev cesse imediatamente todo o apoio à atividade terrorista, extradite os culpados e compense as vítimas pelos danos”, afirmou.
“A violação por parte da Ucrânia das suas obrigações sob as convenções antiterroristas resultará na sua responsabilização em termos jurídicos internacionais.”
O comunicado se referiu ao tiroteio em massa ocorrido este mês em uma casa de shows nos arredores de Moscou no qual 144 pessoas morreram, mas apenas em um sentido oblíquo.
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, e as autoridades norte-americanas disseram que tinham informações de inteligência que mostravam que ele havia sido realizado pela filial afegã da rede, o Estado Islâmico Khorasan, ou ISIS-K.
Investigadores russos disseram na semana passada que haviam encontrado provas de que os atiradores da casa de show estavam ligados a “nacionalistas ucranianos”. Kiev nega qualquer ligação com o ataque.