A Sabesp está discutindo com cidades em sua área de atuação a unificação de prazos de contratos para ter um único vencimento nos próximos anos, em vez do quadro atual em que múltiplos contratos firmados carregam cronogramas distintos, afirmou o presidente da companhia de água e saneamento do Estado de São Paulo, nesta quarta-feira.
“Queremos unificar os termos dos contratos dos municípios em um único vencimento ao final do ciclo”, disse André Salcedo durante conferência a investidores.
O executivo acrescentou também que a empresa, que faz parte do plano de privatização pelo governo estadual, está buscando ampliar suas áreas de atuação dentro dos municípios, uma vez que em muitos deles “operamos só no urbano”.
Salcedo afirmou que a Sabesp está atualmente na “fase 1”, de três fases dos estudos para o modelo de privatização da companhia, prevista para ser concluída em janeiro.
A fase atual consiste de processos que incluem convencer municípios de que “a rota de privatização é benéfica, envio de projeto de lei para assembleia estadual que autoriza a transferência de controle da empresa e definição de novo modelo regulatório para envio às cidades, disse o executivo. Ele citou como desdobramento mais recente dos planos a adesão da cidade de São Paulo neste mês à regionalização prevista pelo Marco do Saneamento, um passo considerado pelo mercado como importante para o andamento da desestatização da maior empresa de saneamento do Brasil.
A diretora financeira, Catia Pereira, por sua vez, disse que, embora a Sabesp tenha terminado o primeiro semestre com caixa menor que no final do ano passado, ao redor de 2,2 bilhões de reais, a atual gestão da companhia entende estar adequado considerando as receitas previsíveis da empresa. “Objetivo não é ter caixa alto, mas em nível seguro para companhia”, afirmou.
A empresa avalia que vai obter economias de custos com um projeto de centro de operações compartilhado, que deve levar 12 meses para ser implementado, mas Pereira não fez projeções.
Segundo a executiva, a Sabesp poderá olhar para emissão de debêntures para financiar seus projetos de investimento para o ano que vem, depois de desistir de operação no início do ano diante de condições mais desfavoráveis do mercado.
Questionado sobre alterações na política de dividendos, Salcedo afirmou que hoje há “restrição estatutária” vinculada ao processo de universalização do acesso a serviços de água e esgoto. Mas a depender do processo de privatização, a companhia poderá ficar mais livre para eventuais retornos maiores aos acionistas. Isso porque, segundo o executivo, a proposta no plano de privatização é antecipar o prazo de universalização de 2033 para 2029.