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Sabesp: Justiça suspende votação da Câmara de SP sobre privatização

O presidente da Sabesp, André Salcedo, afirmou no início do mês que a oferta de ações poderia atingir um valor de cerca de 15 bilhões de reais

por Reuters
Sabesp

Uma juíza da 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta sexta-feira a suspensão dos efeitos da votação realizada na véspera pela Câmara Municipal de São Paulo do projeto de lei que autoriza o município a aderir à privatização da Sabesp (SBSP3).

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O processo, que atende à uma ação popular, destaca que apesar de uma decisão liminar anterior que determinava que a segunda votação do projeto só ocorresse após a realização de audiências públicas e estudos necessários, a Câmara desrespeitou essa decisão e realizou a votação, o que a juíza Celina Kiyomi Toyoshima chamou de “clara afronta à determinação judicial”.

A decisão proferida também suspende “qualquer ato consequente posterior” à votação do projeto de lei. Na própria quinta-feira o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), já havia sancionado a medida.

Segundo comunicado da Câmara na véspera, foram ao todo 37 votos favoráveis e 17 contrários à adesão da capital à privatização da companhia paulista de saneamento básico.

A matéria já havia sido aprovada em uma primeira votação em meados de abril, mas desde então passava por audiências públicas para acolher sugestões da população.

O governo estadual espera privatizar a Sabesp ainda este ano por meio de uma oferta de ações, com o Estado mantendo uma participação na empresa e com um “investidor estratégico” detentor de uma fatia de 15% que deverá ser mantida até 2030.

O presidente da Sabesp, André Salcedo, afirmou no início do mês que a oferta de ações poderia atingir um valor de cerca de 15 bilhões de reais.

Na ocasião, o executivo disse que a companhia espera lançar a oferta da privatização no mercado “no final do mês de maio ou início de junho”, com uma janela até começo de agosto.

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(Imagem: Reprodução/Facebook/Sabesp)
(Imagem: Reprodução/Facebook/Sabesp)

O governo de São Paulo detém atualmente 50,3% das ações da Sabesp e pretende ficar com percentual de 15% a 30% da empresa após a privatização. Além da capital, a Sabesp tem operações em 375 municípios do Estado.

O texto aprovado destina até 2040 ao menos 7,5% da receita bruta da Sabesp na capital para o Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura (FMSAI) e pelo menos 8% da mesma base “para período posterior”.

Mas, antes disso, em até 30 dias da assinatura do contrato de adesão à privatização deverá ser antecipada para o FMSAI 5,5% da receita projetada entre 2025 e 2029.

Segundo a câmara municipal de São Paulo, antes da aprovação, o percentual de antecipação era de 3%. Esse valor gira em torno de 2,3 bilhões de reais, informou a câmara.

Além disso, a lei determina que até 2029 pelo menos 25% da receita bruta da Sabesp na cidade deve ser aplicada em investimentos “em ações de saneamento básico e ambiental de interesse do município”, desde que atingida a universalização dos serviços. Após 2029, o percentual cairá para 13%.

O texto determina toda a capital, inclusive zonas rurais, “assentamentos precários e favelas”, como área de cobertura a ser atendida pela empresa.

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