Um relatório do BTG Pactual publicado nesta quarta-feira (17) sobre a Santos Brasil (STBP3) apresenta uma visão otimista para a empresa, destacando um forte crescimento do volume e uma perspectiva positiva para o futuro.
Os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia, Marcelo Arazi e Marcel Zambello estiveram reunidos com a diretoria de RI da empresa e mantêm a recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 17,00, o que representa um potencial de valorização em relação ao preço atual de aproximadamente 18%.
Eles projetam um crescimento significativo do EBITDA, com um CAGR de 33% entre 2023 e 2025, e a empresa negociando a 7,5x EV/EBITDA para 2025.
Crescimento de volume
A análise começa destacando o forte crescimento de volume no Porto de Santos, especialmente no terminal Tecon Santos da Santos Brasil. Segundo os analistas, “o crescimento foi impulsionado por campanhas comerciais bem-sucedidas que atraíram novas companhias marítimas para o terminal e aumentaram os volumes com importantes companhias marítimas”. Esse desempenho positivo é visto como uma história orgânica, sem depender da migração de volume de outros terminais.
Os analistas também discutem o plano de expansão da capacidade da Santos Brasil, com a meta de atingir 3 milhões de TEU/ano até 2026. Eles afirmam que “a empresa está liderando a expansão da capacidade do porto”, o que reforça a perspectiva de crescimento contínuo. A expansão é vista como um fator crucial para manter a competitividade e atender à crescente demanda.
Outro ponto importante abordado no relatório é a dinâmica de volume, que se mantém forte apesar da retomada das operações da BTP (Brasil Terminal Portuário). Os analistas destacam que “a maior parte do crescimento do volume foi orgânico”, e que a Santos Brasil não espera um impacto significativo devido à retomada da BTP. A expectativa é que a movimentação de contêineres no Porto de Santos cresça cerca de 1,5-2,0x o PIB no próximo ano.
O relatório também menciona o mix de cargas, com destaque para o forte desempenho das exportações, principalmente de commodities como algodão, papel e celulose, café, carne bovina e açúcar. Os analistas observam que “o forte desempenho em todos os tipos de carga ressalta o papel fundamental do Porto de Santos na infraestrutura comercial do Brasil”.
De onde vem o crescimento?
Além disso, o BTG Pactual discute as restrições operacionais em outros portos importantes do país, como Navegantes e Itajaí, que têm contribuído para a alta atividade em Santos. Eles afirmam que “essas questões ajudam a explicar a alta atividade em Santos nos últimos meses”, destacando a importância do porto para a logística nacional.
O plano de investimentos da Santos Brasil também é abordado, com um capex projetado de R$ 700-800 milhões para este ano, focado nos projetos Santos e Itaqui. Os analistas projetam uma redução significativa nos investimentos no próximo ano, à medida que a fase de implementação do Itaqui chega ao fim e a aquisição antecipada de equipamentos pesados em 2024 não se repetirá em 2025.
A análise do BTG Pactual também destaca as tendências dos contêineres, com um aumento recente nos preços refletindo a melhoria da dinâmica de oferta e demanda em Santos. Eles afirmam que “a contínua expansão da capacidade da Santos Brasil visa aprimorar os níveis de serviço aos seus principais clientes”, reforçando a expectativa de melhora nos índices de contêineres no futuro.