O Conselho Deliberativo do São Paulo aprovou por 185 votos a 40 a criação do Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios São Paulo Futebol Clube, em parceria com a Galapagos Capital e com a OutField.
Os recursos captados pelo fundo serão utilizados para reestruturar o endividamento bancário.
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Na prática, isso gera menos juros e aumenta o prazo para pagamento da dívida do clube.
Segundo o balanço financeiro de 2023, esse tipo de passivo era o maior dos valores a pagar no orçamento são-paulino, chegando a R$ 226 milhões.
Isso correspondia a 33% do endividamento total de R$ 666,7 milhões apontado no balanço.
O fundo irá adquirir recebíveis provenientes de negociações envolvendo direitos de transmissão, naming rights, patrocínios, entre outros, e terá prazo indeterminado e séries revolventes.
Desse modo, a partir da implementação, todos os recebíveis elegíveis gerados pelo clube poderão ser antecipados pelo fundo e transformados em caixa de maneira rápida e eficiente.
Compõem o fundo cotas seniores (que têm prioridade no recebimento) e subordinadas. Essas ultimas serão do próprio São Paulo.
“O fundo é o instrumento que precisávamos para que o Clube possa começar a sanar as dívidas atualmente existentes e que dificultam e atrapalham o fluxo de caixa, com juros altos e vencimento de curto prazo. A partir da sua implementação, conseguiremos reduzir o custo e preparar o Clube para o seu centenário com uma gestão mais sustentável, o que possibilitará maior capacidade de competir com adversários com mais poder financeiro. Teremos um choque de gestão e, já vamos implementar também um comitê orçamentário para acompanhar o fluxo do São Paulo”, avalia o presidente são-paulino, Julio Casares.
A prioridade neste processo de reestruturação financeira é a amortização das atuais dívidas do Clube, mais caras e com prazo mais curto do que a linha oferecida pelo fundo.
Além da redução das despesas, outra vantagem que o fundo traz é a imposição de determinados limites nos gastos. Essa moderação deverá ser respeitada pela diretoria do clube para assegurar a disciplina financeira na gestão.
A Galápagos nasceu em 2019 e tem cerca de R$ 21 bilhões sob gestão. A empresa também fornece serviços de banco de investimento, como consultoria e estruturação de negócios.
Já a administração do fundo será da OutField, consultoria de gestão e estratégia especializada no meio esportivo. No portfólio, a empresa conta com trabalhos junto a Barcelona e Flamengo, por exemplo.
A OutField produziu um estudo de viabilidade de SAF para o Juventus. Mais recentemente, a empresa integrou uma das propostas para compra do clube da Mooca.
(Com Estadão Conteúdo)