A Prefeitura de São Paulo registrou 386 ocorrências de queda de árvores e galhos desde o temporal e o apagão da última sexta-feira, dia 11.
Até segunda-feira, 14, somente 40% das remoções tinham sido resolvidas. A poda de árvores cabe à administração municipal, mas a gestão alega que o procedimento é de responsabilidade da concessionária Enel quando há risco à rede elétrica.
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Os dados disponíveis na plataforma da Prefeitura referentes ao primeiro semestre deste ano apontam uma fila de 13,9 mil pedidos de poda ou remoção de árvores pendentes.
No total, 46,7 mil solicitações foram registradas pelo telefone ou aplicativo do serviço 156, o canal oficial de atendimento.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o botânico e paisagista Ricardo Cardim, especialista no assunto, disse que a cidade vive “um caos arbóreo” e que é preciso “mudar o pensamento de que poda é a solução”.
Cardim afirmou que é necessário fazer um inventário para saber quantas, quais são e o estado em que estão as árvores da cidade.
Ele também defendeu que o tema seja tratado com a criação de uma agência federal e de um sistema único, nos moldes do que já existe na saúde.
Enel e Procon
O Procon de São Paulo já aplicou sete multas, desde 2019, contra a Enel, a concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica na capital paulista.
O valor chega a R$ 64,7 milhões. No entanto, a maioria das sanções está suspensa porque a empresa recorreu à Justiça. Desde a última sexta-feira, dia 11, quando ocorreu um novo apagão em São Paulo, o órgão de defesa do consumidor já recebeu 782 reclamações contra a empresa, com dados compilados até terça-feira, 15.
As informações foram repassadas à Rádio Eldorado nesta quarta-feira (16) pelo próprio Procon. Mais cedo, em entrevista ao Jornal Eldorado, a assessora técnica do órgão, Carina Minc, disse que a Enel foi notificada para prestar esclarecimentos sobre o apagão em 48 horas. O prazo termina nesta quarta-feira, mas a empresa pediu a extensão por mais sete dias.
Carina orientou os consumidores lesados a juntarem fotos e documentos para a formalização das reclamações. As queixas podem ser feitas pelo site procon.sp.gov.br.
(Com Estadão Conteúdo)