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Seca na Amazônia transforma lago de vila flutuante em lama

Amazonas: à medida que o lago Puraquequara secou, ​​também evaporaram os negócios para os proprietários de barcos e lojas flutuantes atolados

por Reuters
3 min leitura

A vida está paralisada para uma vila flutuante, agora encalhada em planícies lamacentas formadas pela seca severa que atinge a região da floresta amazônica, na Amazônia.

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Principais meios de transporte, barcos a motor inclinam-se na lama, não mais trazendo peixes, frutas e legumes, nem levando turistas para ver o encontro das águas dos rios Negro e Solimões, onde formam o poderoso rio Amazonas.

À medida que o lago Puraquequara secou, ​​também evaporaram os negócios para os proprietários de barcos e lojas flutuantes atolados na lama.

“Nossas lojas não têm clientes. Estamos isolados, os barcos não podem entrar ou sair do lago”, disse o morador local Isaac Rodrigues. “Estaremos aqui até que Deus nos envie água.”

O governo federal disse na semana passada que prepara assistência emergencial aos habitantes da região amazônica, atingida pela seca recorde que drenou os rios — seu suporte de vida.

Assim como as enchentes na região Sul do Brasil, a seca na Amazônia é resultado do fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais do Oceano Pacífico, dizem os especialistas.

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Peixes mortos

Alguns rios que atravessam a vasta floresta amazônica acumularam volumes de peixes mortos à medida que a seca foi piorando, restringindo o acesso das comunidades locais a alimentos e bebidas.

As carcaças de cerca de 120 botos foram encontradas flutuando em um afluente do rio Amazonas em circunstâncias que os especialistas suspeitam terem sido causadas por severa seca e calor.

As coisas pioraram tanto no lago Puraquequara que há pouca água para beber ou cozinhar. Ivalmir Silva passou um dia inteiro cavando um poço no lodaçal seco.

O lojista Otenísio de Lima disse, usando um chapéu de cowboy para se proteger do sol quente, que os pescadores não podem trazer o pescado. Produtos como as bananas e couves pararam de chegar, segundo ele.

“Tudo ficou muito difícil. As vendas caíram e há dias em que mal ganhamos o suficiente para viver”, disse outro lojista, Raimundo Silva do Carmo, enquanto tomava banho com um balde de água retirado de um poço improvisado que cavou.

“Vamos ver o que Deus faz por nós”, disse.

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