A Selic deve voltar a subir pela 1ª vez desde 17 de março de 2021 e passar dos atuais 10,5% ao ano para 12% até o final de janeiro, avalia a XP Investimentos em um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (19).
Segundo o time de economistas da corretora, liderado por Caio Megale, o Copom tem enfatizado sua postura dependente de dados.
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“E indicadores recentes sugerem que a política monetária não está suficientemente restritiva”, explica.
A projeção para o crescimento do PIB em 2024, subiu de 2,2% para 2,7%, enquanto a expectativa para o IPCA deste ano de passou de 4,1% para 4,4%.
Na última sexta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em um evento organizado pelo banco Barclays, em São Paulo, que o mercado provavelmente aumentaria as projeções de crescimento da economia brasileira este ano para mais do que 2,5%, devido às surpresas com a atividade.
“Assim, o Copom deve iniciar um ciclo moderado de ajuste monetário já em setembro. Projetamos que a taxa Selic atingirá 12,00%, após uma alta de 0,25 p.p., seguida de duas altas de 0,50 p.p. e uma final de 0,25 p.p. em janeiro do ano que vem”, ressalta.
Para a XP, considerando que a Selic irá se distanciar ainda mais do nível neutro de juros, é provável que o Copom encontre espaço para cortes no final de 2025 ou início de 2026.
“Aguardaremos a evolução dos dados antes de calibrar esse cenário. Por ora, manteremos a projeção de taxa Selic em 12% para o final de 2025”, ressalta Megale.
Ele estima que, devido à política monetária mais restritiva, a queda nos preços das commodities e ajustes nas tarifas de energia elétrica, a projeção para a inflação de 2025 caiu de 4,3% para 4,0%.
Selic no relatório Focus
A última edição do relatório Focus, divulgada hoje, mostra que o mercado ainda estima a Selic mantida em 10,5% até o final de 2024. A projeção tem sido mantida há nove semanas.
Para 2025, contudo, a estimativa saltou de 9,75% para 10%. Há 4 semanas, o mercado projetava o juro a 9,5%.