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Setor de serviços do Brasil cresce 0,4% em novembro, diz IBGE

O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 0,4% em novembro em relação a outubro e teve queda de 0,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior

por Reuters
3 min leitura

 O setor de serviços brasileiro registrou alta no volume em novembro e voltou a crescer depois de três meses de perdas, ajudado no mês pelos shows da cantora Taylor Swift no país, ainda que em ritmo um pouco abaixo do esperado.

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O volume de serviços teve em novembro alta de 0,4% na comparação com o mês anterior, voltando a crescer, mas ainda sem repor as perdas de 2,2% acumuladas nos três meses anteriores. O setor ainda recuou 0,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os resultados, divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram um pouco mais fracos do que o esperado em pesquisa da Reuters — alta de 0,5% na base mensal e recuo de 0,2% na comparação anual.

“É um setor com menor intensidade em 2023”, disse o gerente da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo. “Há uma menor dinamismo do setor de serviços em 2023”.

Em novembro, de acordo com o IBGE, três das cinco atividades pesquisadas tiveram aumento no volume: outros serviços (3,6%); serviços profissionais, administrativos e complementares (1,0%); e serviços prestados às famílias (2,2%).

No último, os ganhos tiveram forte impacto do crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, destacadamente com os shows da cantora Taylor Swift no país.

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“Os shows da Taylor Swift tiveram reflexo sobre as cidades, bares, hóteis e restaurantes. Shows movimentam a economia e trazem reflexo em hotelaria, passagens aéreas, transporte de pessoas. Há um aumento de receita que vai para alem da empresa organizadora”, disse Lobo.

Vermelho

Na outra ponta, as duas atividades de maior peso no setor de serviços ficaram no vermelho. O volume dos transportes recuou 1,0% em novembro, marcando a quarta taxa negativa, com o transporte de passageiros em queda de 2,9% e o de cargas em alta de 0,6%.

“Esse resultado foi influenciado especialmente pelo transporte aéreo, que caiu 16,1% em novembro, a retração mais intensa desde maio de 2022 (-18,6%)”, disse Lobo, citando aumento dos preços das passagens.

Já os serviços de informação e comunicação, que representam cerca de 23% do total do setor, tiveram queda de 0,1%.

Serviços
(Imagem: freepik/@ gpointstudio)

Igor Cadilhac, economista do PicPay, ressaltou que os resultados positivos são atribuídos principalmente a fatores pontuais, e que o recuo nas atividades de maior peso sinalizam a fragilidade estrutural do setor.

“Vale lembrar que, em novembro, houve uma procura elevada por alojamento, alimentação e outros serviços devido aos shows da Taylor Swift e Rebelde”, disse ele em nota.

O índice de atividades turísticas, por sua vez, teve queda de 2,4% em novembro sobre o mês anterior, marcando o segundo mês consecutivo de perdas e acumulando nesse período retração de 3,4%.

Com esse resultado, o turismo está 2,2% acima do patamar pré-pandemia e 5,0% abaixo do ponto mais alto da série, de fevereiro de 2014.

A caminho de finalizar um ano de altos de baixos e sem conseguir definir tendência, marcando uma desaceleração no segundo semestre, o setor de serviços está 10,8% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 2,6% abaixo de dezembro de 2022, ponto mais alto da série histórica.

Se de um lado os serviços se favoreceram da resiliência do mercado de trabalho e da queda da inflação, de outro ainda sofrem com os impactos defasados da política monetária restritiva, que encarece o crédito.

O Banco Central já reduziu a taxa básica Selic a 11,75% ao ano, depois de quatro cortes seguidos de 0,5 ponto percentual, e deve adotar novo movimento pela mesma magnitude quando voltar a se reunir no final deste mês.

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