Home Empresas Setor do cimento espera alta nas vendas em 2024 após 2ª queda consecutiva em 2023

Setor do cimento espera alta nas vendas em 2024 após 2ª queda consecutiva em 2023

Apesar disso, o endividamento elevado das famílias, que prejudica o consumo de cimento voltado a reformas e pequenas obras

por Reuters
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A indústria do cimento no Brasil estimou nesta terça-feira crescimento de cerca de 2% nas vendas do insumo neste ano, uma recuperação da queda de 1,7% sofrida no ano passado que contribuiu para um aumento do nível de ociosidade do setor.

A previsão decorre da expectativa de andamento mais firme do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, reformulado ano passado após anos de paralisação; aceleração de obras vinculadas a grandes leilões de saneamento realizados desde 2021; e a retomada de obras de infraestrutura, segundo avaliação do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic).

Os cerca de 2% de crescimento de vendas estimados para este ano representam apenas 1,1 milhão de toneladas adicionais sobre o volume vendido em 2023, mas podem marcar uma interrupção na tendência de baixa do setor após duas quedas seguidas, disse o presidente do Snic, Paulo Camillo Penna.

“Imaginamos que entramos neste ano em um ciclo de crescimento, com reorganização dos programas de habitação, de saneamento e PAC”, disse o executivo. “O ambiente está mais positivo”, acrescentou, citando ainda a queda nos juros.

Apesar disso, o endividamento elevado das famílias, que prejudica o consumo de cimento voltado a reformas e pequenas obras, seguirá pressionando para baixo a demanda pelo insumo, avaliou o executivo. Chamado de “autoconstrução”, o segmento representa cerca de 30% a 40% do consumo de cimento no Brasil.

Segundo Penna, o setor encerrou 2023 com uma capacidade ociosa de 34,1%, ante 32,9% em 2022. As vendas do ano passado somaram 62 milhões de toneladas, com dezembro ficando praticamente estável ante o desempenho de um ano antes.

“Perdemos mais de 3 milhões de toneladas em vendas nos últimos dois anos”, disse o presidente do Snic, citando que o volume vendido em 2023 marca um retorno ao desempenho de 2011.

Carbono

O setor tem investido em redução de emissões de carbono, principalmente por meio de coprocessamento de resíduos nos fornos de produção de cimento, e aguarda com ansiedade a regulamentação do mercado de carbono. A previsão de investimento na área é de 3,5 bilhões de reais até 2030.

A Câmara dos Deputados aprovou no final de dezembro o projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, instituindo um sistema de comércio de emissões de gases do efeito estufa com base em limites de emissão a empresas do chamado mercado regulado. O projeto aguarda apreciação do Senado.

(Imagem: Reprodução/catazul/PIxabay)
(Imagem: Reprodução/catazul/PIxabay)

O coprocessamento, atividade responsável pela transição energética substituindo o combustível fóssil por resíduo industrial, comercial, doméstico e biomassas, alcançou 30% de participação na matriz energética do setor, antecipando a meta do setor prevista para 2025.

Penna comentou que a média mundial de emissões da indústria cimenteira é de 610 quilos de CO2 por tonelada produzida de cimento, enquanto no Brasil ela é de 560 quilos. A expectativa do setor, disse o presidente do Snic, é finalizar em novembro deste ano um plano de neutralização de emissões até 2050.

Dezembro

A indústria de cimento no Brasil teve vendas de 4,5 milhões de toneladas do produto no mês passado, oscilação positiva de 0,3% sobre o mesmo mês de 2022. Por dia útil, a venda cresceu 7,5% no período.

No acumulado do ano todas as regiões do país, com exceção do Nordeste, tiveram queda de vendas, em um desempenho influenciado ainda pelas mudanças climáticas que causaram fortes chuvas no Sul e Sudeste, enquanto no Norte houve seca dos rios que prejudicou a distribuição.

“Esperamos um primeiro semestre mais seco este ano”, disse Penna.

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