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Simpar faz “acrobacias” com subsidiárias Vamos e Automob

Fusão da Automob e Vamos Concessionárias unifica processos e práticas que devem gerar "oportunidades de crescimento extra", diz o BTG

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Concessionárias Automob

A cisão da área de concessionárias da Vamos (VAMO3) atende a uma demanda de longa data dos investidores, que buscavam “remover a ciclicidade das vendas de caminhões do negócio de locação”, avalia o BTG Pactual em um relatório enviado a clientes após a decisão estratégica da Simpar (SIMH3), que envolve a fusão da área de concessionárias da Vamos com a Automob, resultando na listagem da nova empresa no mercado.

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O relatório, assinado pelos analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia avalia que a transação deverá ser concluída até janeiro de 2025.

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A estrutura do negócio envolve a cisão da Vamos em duas unidades: Vamos Locação e Vamos Concessionárias. A Vamos Concessionárias adquirirá 35,5% da Automob, parte do negócio de concessionárias da Simpar, por R$ 1 bilhão, criando uma nova empresa que será listada no Novo Mercado da B3 (B3SA3). Essa transação será financiada por uma linha de crédito já garantida, a preços de mercado competitivos​.

Com a separação, a Vamos Locação poderá focar exclusivamente no aluguel de caminhões e equipamentos, oferecendo um negócio mais resiliente e com menor volatilidade. “Acreditamos que isso ajudará a eliminar parte da volatilidade que incomodava os investidores”, afirmam os analistas.

A nova empresa será a maior rede de concessionárias do Brasil, com um amplo portfólio de marcas e produtos. “A Automob será a primeira concessionária pura listada no Brasil, inspirada em exemplos de sucesso nos EUA, como AutoNation e Lithia”, destacam Marquiori e Recchia​.

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Sinergias da nova Automob

O relatório também aborda as sinergias esperadas com a fusão da Automob e Vamos Concessionárias, como a unificação de processos e práticas, que devem gerar “oportunidades de crescimento extra”. Além disso, a listagem da subsidiária, adiciona mais um canal para captação de recursos.

Em termos de valuation, o BTG projeta que o valuation de 6,7 vezes o múltiplo do valor da empresa sobre o Ebitda (EV/EBITDA) pode parecer elevado em comparação com outras empresas brasileiras, mas está em desconto em relação às concessionárias listadas no exterior.

Outro ponto de destaque é que a operação permitirá à Simpar reduzir sua alavancagem, com a relação dívida líquida/EBITDA caindo de 4,2 vezes para 4,1 vezes após a captação de R$ 1 bilhão com a venda da participação na Automob.

Apesar de o mercado geralmente mostrar ceticismo em relação a transações entre partes relacionadas, os analistas do BTG acreditam que a governança da Simpar tem sido exemplar. “Esperamos o mesmo nível de transparência neste negócio, com a aprovação de um comitê independente composto apenas por membros minoritários”, afirmam Marquiori e Recchia.

A longo prazo, a Simpar pretende manter uma participação de 64% na nova empresa, enquanto os acionistas minoritários da Automob e da Vamos Concessionárias deterão, respectivamente, 14,5% e 21,4%. A criação dessa nova empresa proporcionará mais autonomia para o crescimento das concessionárias, enquanto a Vamos Locação poderá se valorizar por conta de seu negócio menos cíclico​.

Por fim, o BTG mantém uma visão positiva sobre a transação, acreditando que ela ajudará a melhorar o foco estratégico das subsidiárias da Simpar, ao mesmo tempo que desbloqueia valor para os acionistas. “Vemos isso como uma jogada estratégica que beneficia todos os envolvidos, proporcionando clareza aos investidores e criando novas oportunidades de crescimento para ambas as empresas”, concluem os analistas.

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