As ações da SLC Agrícola (SLCE3) estão atraentes mesmo com os preços das commodities “no fundo do poço”, avalia o BTG Pactual em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (6).
Os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla avaliam que, mesmo com a queda dos preços da soja e do algodão, e assumindo um clima mais normalizado com o início do La Niña, a SLC pode entregar mais de US$ 600/ha em Ebitda, totalizando mais de R$ 2,7 bilhões em 2025, em comparação com uma estimativa de R$ 2,2 bilhões neste ano.
“Isso está acima do consenso e torna a ação um carryoverplay sólido com um rendimento, mesmo com os preços das commodities no fundo do poço. Gostamos da ideia de jogar com essas assimetrias e somos compradores da ação”, explicam. O preço-alvo é de R$ 24.
Mais um arrendamento
A empresa anunciou ontem outro contrato de arrendamento de terras no valor de 14,6 mil hectares. A área é adjacente à sua fazenda Parnaguá existente, localizada no estado do Piauí.
O contrato de arrendamento é por 15 anos a “preços de mercado”. A terra é adequada para uma única safra por ano, atualmente cultivando soja, mas a SLC planeja também plantar algodão no futuro. A SLC já operará a fazenda na próxima safra 2024/25, começando nos próximos meses.
Segundo o BTG, a SLC conseguiu um “crescimento impressionante” da área plantável nos últimos quatro meses, com a adição de 67 mil hectares, dobrando praticamente o ritmo anual de longo prazo com o qual se comprometeram.
“Não esperávamos que ela fosse capaz de obter tanta terra adicional disponível em um período tão curto. A SLC conseguiu escalar seu modelo de negócios de ativos leves de forma ágil e lucrativa, e acreditamos que o preço das ações não parece refletir o perfil de crescimento da empresa”, opinam Duarte e Guttilla
Com base em todos os acordos de arrendamento de terras anunciados desde abril, a SLC pode potencialmente colher 741 mil ha de terra no próximo ano, representando 14% ano a ano 2024 e um CAGR (taxa de crescimento anual composto) de 11% em 5 anos. “Isso é muito mais do que acreditamos que o consenso estima hoje”, dizem.