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Sobre plano B, crises e oportunidades

por Ricardo Pereira
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Plano B, crises e oportunidadesAs recentes e já duradouras perdas que muitos estão enfrentando com a bolsa de valores[bb] trazem à tona um detalhe importante: quando miramos e executamos um bom planejamento financeiro pessoal, sempre há a necessidade de um plano B. Qual foi a última vez que você pensou nisso? Plano B, será que isso é mesmo relevante?

Saber perder, ou melhor, aprender a absorver a perda sem graves seqüelas é tão ou mais importante do que encontrar bons negócios através da sorte e dicas de investimento[bb]. O raciocínio é simples: a lição aprendida com uma queda vale para vida toda. Já a sorte, bom, ninguém consegue contar ela para sempre, não é?

Cuidado com a sorte e o excesso de expectativas!
Sabendo que o mercando financeiro não é um cassino, prefiro ver a sorte como um componente nem sempre fundamental para os bons negócios. Aliás, sorte no mercado de ações, para mim, é estar bem informado e atuando de forma completamente consciente. Por isso, procuramos sempre recomendar muito estudo e análise nos passos que podem levar na direção da independência financeira.

Muitos amigos que amargam resultados negativos esse ano embarcaram na onda do mercado de capitais esperando altas rentabilidades sem nenhum tipo de esforço, baseando-se apenas nas chamadas sensacionais, ou melhor, sensacionalistas de muitas revistas e publicações “especializadas”. Isso não é novidade. Prometiam-se ganhos fáceis, mas jamais a instrução de qualidade foi colocada como requisito indispensável para a vitória final.

Pior, ao imaginar apenas o sucesso fácil, ninguém se preparou para uma eventual reviravolta. E foi justamente isso que aconteceu. Aqui, recomendamos sim o investimento em ações[bb], mas com foco no longo prazo e sempre pregando que a formação de opinião e a decisão fossem tomadas de forma consciente e embasada.

Cenário volátil no curto prazo
A crise norte-americana se mostrou maior do que muitos imaginavam e contaminou o resto do mundo. A tira colo, chegou por aqui o fenômeno inflacionário mundial, graças à alta especulação com o petróleo e ao aumento no consumo dos alimentos. O mercado de commodities, nas alturas por alguns meses, parece dar mostras de “cansaço”. Ainda temos um bom momento de volatilidade para atravessar, mas isso não se traduz apenas em más notícias.

Quem percebeu e estudou o cenário que teríamos pela frente resolveu investir por enxergar nessa crise grandes e boas possibilidades. Para essas pessoas, o planejamento e a pré-disposição em alongar para o futuro ganhos de peso são fatores importantes. Se a baixa vai perdurar por muito mais tempo? Difícil saber. Até quando a crise vai nos assolar? Difícil dizer.

Vejo, aqui e acolá, muitos investidores já chegando perto de assumir o prejuízo e resgatar o investimento. Cabe uma observação: o prejuízo só se concretizará quando você decidir se desfazer dos papéis e abandonar o investimento (vender suas ações). Caso contrário, você continua na luta e participando das oportunidades.

No que se fundamenta a necessidade de um plano B?
Se estamos conversando sobre eventuais possibilidades no atual cenário brasileiro, onde entra o tal plano B? A resposta é simples: o plano B consiste em vislumbrar possibilidades alternativas, ainda no planejamento, capazes de deixá-lo preparado caso surja algum tipo de problema. Se para nosso cotidiano precisamos sempre ter uma saída, imagine o que a falta de preparação pode fazer quando é nosso capital que está em jogo.

Transportar isso para o universo do investimento significa enxergar o investimento em bolsa de uma forma simples: todos deveríamos ter uma estratégia de saída, não é mesmo? “Se ganhei X% eu saio, se perdi Y% realizo a perda e evito maior exposição”. Assim aprendemos, com artigo sobre stop loss e stop gain, mas a prática não segue esta lógica.

Tudo bem, o investidor consciente enxerga na crise grandes possibilidades. Warren Buffett[bb], ótimo exemplo para ilustrar este artigo, enfatiza que é nas crises que se encontram as melhores oportunidades. “Prepare-se para elas”, ele costuma dizer.

George Soros, outro guru!
Hora do exemplo prático. Enquanto muitos lamentam a queda das ações da Vale, Soros admite que ele é um de seus ativos preferidos. Segundo matéria do Infomoney, os ativos da mineradora fazem parte da carteira do Quantum Fund. Ah, impossível não se lembrar daquela máxima que diz: “Fique ao lado dos vencedores”. Começa outra discussão: Soros é um investidor ou um especulador? Os dois?

Pois é, meu objetivo é mesmo fazê-lo pensar. Sozinho de preferência. Falei da crise, do cenário que vai continuar volátil, de figuras importantes, mas também falei de possíveis oportunidades. Tudo faz parte da reflexão sobre investir, ter um plano B e manter o sangue frio para aproveitar determinados momentos e crises. Para finalizar,  algumas dicas:

  • Defina períodos onde a análise de seu investimento seja testada, estude e mude sua carteira se necessário de tempos em tempos;
  • Defina novos projetos e metas estabeleça o que é necessário para chegar lá. Mas tenha um plano B;
  • Crie uma reserva financeira que lhe permita manter seus investimentos mais arriscados por um prazo maior, aceitando que uma crise pode atravessar seu caminho;
  • Aprenda a admitir as derrotas, antes que seja realmente tarde. Vale o famoso axioma: “Valorize as pequenas perdas a fim de evitar as grandes”.

Como não poderia deixar de ser, aprenda a compartilhar as boas informações, o conhecimento e os ensinamentos que adquiriu e adquire diariamente. Só assim, além de novas amizades, muitas portas e oportunidades aparecerão, com ou sem crise. Até sexta!

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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para stock.xchng.

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