O dólar deve continuar o seu caminho de desvalorização em relação ao real em 2025 até encontrar o nível de R$ 5,50, aponta o banco Société Générale em um relatório enviado a clientes e obtido pelo Dinheirama. A moeda americana terminou a última sexta-feira (14) negociada a R$ 5,70.
Segundo o relatório assinado pelo economista Bertrand Delgado, o real é uma das moedas mais desvalorizadas.
Considerando o REER (Real Effective Exchange Eate), que é a taxa de câmbio efetiva real (uma medida do valor de uma moeda em relação a uma média ponderada de diversas moedas estrangeiras) dividida por um deflator de preços ou índice de custos, a moeda brasileira está 15% abaixo da sua média de 10 anos.
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Delgado avalia que o Banco Central encontra-se em uma posição agressiva e aumentará as taxas em mais 200 pontos-base para uma taxa terminal de 15,25% até meados de 2025 visando ancorar as expectativas de inflação e reduzir o prêmio de risco. Após aumentar 100 pontos-base em março, o Copom diminuirá provavelmente o ritmo de aumento no segundo trimestre de 2025.
“Baixos desequilíbrios externos e altos termos de troca também devem dar suporte ao real. Enquanto isso, o presidente Lula e o ministro da Fazenda Haddad têm discutido com os novos chefes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, e outras autoridades para priorizar o Orçamento de 2025 e a agenda econômica do governo, especialmente relacionada ao fortalecimento do arcabouço fiscal, reforma do imposto de renda (isenções para quem ganha até R$ 5 mil e tributação de quem ganha mais de R$ 50 mil por mês), reforma da previdência militar, limitação de salários excessivos do setor público, entre outros”, ressalta.
Embora as discussões sobre esses tópicos já tenham começado, provavelmente levaria até março ou depois do carnaval para que as decisões fossem tomadas.
“Além disso, o real deve se beneficiar de fatores técnicos favoráveis, como alto carry, avaliações atrativas e desfazer o posicionamento líquido comprado no dólar, juntamente com a redução do risco de política, já que o presidente Lula pode não concorrer à reeleição em 2026”, conclui Delgado.