A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixou nesta sexta-feira (6) os ratings globais da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (CSNA3) e de sua subsidiária CSN Mineração (CMIN3). O rating da CSN caiu de ‘BB’ para ‘BB-‘, enquanto na escala nacional passou de ‘brAAA’ para ‘brAA+’, ambos com perspectiva estável. Segundo a S&P, o rebaixamento reflete a elevação da alavancagem da companhia, que atingiu 6,4 vezes a relação dívida líquida/Ebitda em setembro de 2024.
A S&P apontou que os resultados do terceiro trimestre de 2024 da CSN ficaram abaixo das expectativas, impactados por preços mais baixos do minério de ferro, que se mantiveram abaixo de US$ 100 por tonelada durante boa parte de agosto e setembro. Isso contribuiu para uma queda na margem de mineração, que recuou para 37,6%, ante 47,5% no segundo trimestre.
“Embora os volumes tenham aumentado, as margens no setor de aço estão se recuperando mais lentamente devido ao alto volume de importações, especialmente da China”, destacou o relatório da S&P.
Expectativas
Apesar do rebaixamento, a perspectiva estável reflete a previsão de redução gradual da alavancagem, com a relação dívida líquida/Ebitda projetada para 4,5 vezes até o final de 2025, impulsionada por ganhos de volume e eficiência. No entanto, a S&P alerta para os desafios, como os altos investimentos em capital (capex), estimados em R$ 5 bilhões anuais, e custos financeiros elevados, que pressionam o fluxo de caixa livre da companhia.
A CSN Mineração também teve seu rating rebaixado para ‘brAA+’, acompanhando a ação sobre a controladora. Apesar disso, a subsidiária continua sendo uma das principais geradoras de caixa do grupo. A venda de uma participação de 11% na CSN Mineração, por R$ 4,4 bilhões, ajudou a aliviar a alavancagem no curto prazo, mas a S&P destacou que a empresa enfrenta volatilidade no setor de mineração e desafios relacionados à alta dívida nominal.
A agência afirmou que a CSN tem buscado estratégias para reduzir sua dívida, incluindo a venda de ativos. Recentemente, a companhia concluiu a alienação de uma participação na CSN Mineração e estuda a venda de ativos energéticos e uma possível oferta pública inicial (IPO) de sua divisão de cimento, após o final do acordo para o estudo da compra da Intercemente.
“Essas iniciativas são fundamentais para aliviar as pressões financeiras, mas dependem do tempo e da execução bem-sucedida”, observou a S&P.
A decisão da S&P reflete as dificuldades enfrentadas pela CSN em equilibrar crescimento e controle de custos em um ambiente desafiador para o setor siderúrgico e de mineração. Com uma dívida nominal recorde de R$ 69,4 bilhões em setembro, a empresa precisará focar em medidas estruturais para garantir maior flexibilidade financeira e reduzir sua alavancagem no médio prazo.